O Trem de Alta Velocidade (TAV) que ligaria Campinas, no interior de São Paulo, ao Rio de Janeiro, deveria estar funcionando, no máximo, a partir desta terça-feira (30). Pelo menos é o que previa o edital 001/2012, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que regulamentou a licitação do projeto.
O documento, lançado em dezembro de 2012 e alterado em julho de 2013, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, previa 30 de junho de 2020 como prazo máximo do início da operação integral do TAV, que ficou popularmente conhecido como trem-bala. Ainda segundo o edital, as obras deveriam ter sido entregues até 1 de janeiro de 2019. O projeto, no entanto, nunca saiu do papel.
A linha do trem-bala tinha 11 estações entre Campinas e o Rio de Janeiro. O TAV sairia do interior paulista e passaria pelo Aeroporto de Viracopos, ainda na cidade, Jundaí, São Paulo, Aeroporto de Guarulhos, São José dos Campos, Aparecida (todas no estado de São Paulo), Resende, Barra Mansa, Aeroporto do Galeão e Rio de Janeiro (todas no estado do Rio). Parte do trajeto era previsto para estar em operação durante a Copa do Mundo de 2014.
O governo criou uma estatal para estudar a viabilidade do projeto, a Empresa de Planejamento e Logística (EPL). A estatal funciona até hoje e é usada pelo governo federal para concessões de rodovias. A empresa presta apoio técnico nas concessões de ferrovias e terminais portuários e também é responsável pelo Plano Nacional de Logística (PNL).
O TAV, no entanto, nunca saiu do papel principalmente por causa da inviabilidade econômica. O projeto foi discutido por anos, mas os três leilões realizados não atraíram empresas interessadas em bancar os custos. Em 2014, o governo federal previa que a obra custaria R$ 34 bilhões, mas a estimativa das empresas era de que o custo total passaria dos R$ 50 bilhões.
Retomada do projetoApós muito tempo adormecido, o trem-bala voltou a ser assunto no fim do ano passado, quando o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), mostrou interesse em retomar o projeto.
“Vamos retomar o projeto. Segundo o ministro Tarcísio [Freitas, da Infraestrutura], um trem de alta velocidade que faria o trajeto em 1h05 ou 1h10 seria um avanço significativo nos transportes, pois a ponte aérea tem dois aeroportos complexos. Se imaginarmos daqui a 10 anos, como vamos estar em termos de economia evoluída, os aeroportos serão sobrecarregados. Um trem ajudaria muito no desenvolvimento e, quem sabe no futuro, chegando até Belo Horizonte”, disse em entrevista ao jornal O Dia.
Apesar de não haver nada concreto em relação a retomada do projeto, empresas chinesas estariam interessadas em tocar as obras odo trem-bala entre Rio e São Paulo.
Fonte: jovempan.com.br/, 30/06/2020