Diário do Porto (RJ) – Os deputados integrantes da CPI dos Trens, da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), estiveram no Centro de Controle Operacional da SuperVia e fizeram críticas à falta de segurança e investimento no sistema de trens urbanos do Rio. A SuperVia, controlada pelos grupos japoneses Mitsui e West Japan Railway Company, vem sendo multada pelos pésssimos serviços prestados à população.
O deputado Luiz Paulo (PSD), membro da CPI, propôs a elaboração de um Plano Emergencial de Investimento para recuperação do transporte ferroviário fluminense. “Hoje, fizemos vários questionamentos à SuperVia, mas ninguém soube responder. Vamos enviar tudo por escrito. Falta segurança e investimento nesse sistema de transporte, que tem problemas também como roubo de cabos, alguns trechos da linha férrea dominados pelo narcotráfico, dormentes soltos, e falta de conservação preventiva. É preciso um plano de investimentos emergencial para sair dessa situação”, afirmou Luiz Paulo.
Eduardo Santiago, gerente executivo da SuperVia do setor Jurídico/Regulatório, procurou defender a empresa das constantes críticas. “A gente não tem o objetivo de mascarar nada. A ideia é realmente aproveitar a oportunidade da CPI para melhorar o que é preciso e poder contribuir”, afirmou.
SuperVia tem roubos de cabos concentrados em uma região
A falta de segurança na via, sobretudo na questão do roubo de cabos, foi questionada pelos deputados. O perímetro entre as estações de São Cristóvão, Mangueira e São Francisco Xavier concentra80% dos casos desse tipo de furto na linha férrea.
“É necessário que o governo do estado tenha a responsabilidade de agir junto aos órgãos competentes para implementar um cinturão de segurança para que se evite o furto de cabos, e assim os trens poderem voltar a circular normalmente”, comentou a deputada Lucinha (PSD), presidente da CPI.
Presente na vistoria, o deputado Waldeck Carneiro (PSB), relator da CPI, perguntou se a SuperVia tem algum plano de aterramento dos cabos, ou de troca do cobre por um material de baixo valor de mercado para coibir os roubos. Contudo, os representantes da SuperVia não souberam responder. A deputada Enfermeira Rejane (PC do B) também participou da reunião.
Entre 2013, 2014 e 2015, enquanto era controlada pela Odebrecht Transport, a Supervia chegou a ser eleita como a Melhor Operadora Ferroviária de Passageiros no Brasil. Em 2019, foi vendida para os grupos japoneses e desde lá só aumentam as críticas contra os serviços prestados.