O BNDES poderá ser sócio dos consórcios que vão disputar os leilões de concessão da área de logística que deverão ter início no país no segundo semestre deste ano. Segundo Luciano Coutinho, presidente do banco, o braço de participações societárias do banco, o BNDESPar, poderá ajudar a dar mais fôlego a grupos brasileiros que tenham ambição de ser operadores multimodais, figura que surgiu com o Programa de Investimentos em Logística (PIL), lançado no ano passado.
A demanda reprimida para esses projetos de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, indica que o risco de demanda em investimentos desse tipo é muito baixo, disse ele, ponderando que o Brasil tem hoje empresas atuando em concessões de rodovias ou ferrovias, por exemplo, mas que precisariam de uma escala financeira maior dentro do PIL.
— Nós, de nossa parte, ofereceremos financiamento de longo prazo e, de outro lado, nos interessa fortalecer a estrutura de capital dos investidores privados — disse Coutinho, que esteve hoje na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
No caso dos primeiros leilões de aeroportos, no ano passado, o governo foi contra a participação do BNDES como sócio dos concessionários de Guarulhos, Brasília e Viracopos. Coutinho explicou que, no caso dos aeroportos, entre os concorrentes estavam gigantes internacionais, diferentemente do cenário para as concessões de rodovias e ferrovias.
— Neste momento são (empresas) um pouco especializadas, mas elas estão se requalificando enquanto empresas de logística integrada, que querem operar em todos os modais. Temos algumas empresas que já têm performance e podem ser líderes, diante dos investidores internacionais.
A possibilidade de participação do BNDESPar como sócio dos concessionários do PIL é mais uma medida que o governo toma para aumentar o apetite da iniciativa privada pelos leilões, que já foram atrasados, mas deverão ter início ainda este ano, para o setor de ferrovias.
Fonte: Extra, 08/05/2013