07/08/2012 – Rádio MEC recebe representantes da AENFER AEEFL

Representantes da Associação de Engenheiros Ferroviários, Aenfer e da Associação dos Engenheiros da Estrada de Ferro Leopoldina, AEEFL participaram no dia sete de agosto do programa “Atualidades” da rádio MEC AM comandado pelo apresentador Cadu Freitas.

O programa que vai ao ar de segunda a sexta-feira às 11 horas da manhã abriu espaço para falar sobre o passado, presente e futuro da ferrovia no Brasil. Durante uma hora de programa o tema foi amplamente abordado. Representando a Aenfer participaram o presidente Luiz Lourenço de Oliveira e os diretores de Acompanhamento Judicial Celso Paulo e de Preservação Ferroviária Rubem Ladeira respectivamente. Da Leopoldina estiveram o diretor Manoel Geraldo Costa e o vice-presidente Jair José da Silva

O presidente da Aenfer Luiz Lourenço de Oliveira lembrou da importância desse meio de transporte e suas perspectivas e falou da programação do seminário promovido pela Aenfer que será realizado nos dias 08, 09 e 10 de agosto no Clube de Engenharia cujo tema é Transtrilhos, o transporte sobre trilhos que o Rio precisa.

Para entender os rumos da ferrovia no Brasil Rubem Ladeira fez um breve histórico de como surgiu a ferrovia no país e lembrou que a primeira estação foi em Guia de Pacobaíba em 30 de abril de 1854 inaugurada por Irineu Evangelista, o Barão de Mauá. Anos depois foi concluída a subida da serra de Petrópolis que ficou denominada Estrada de Ferro Grão-Pará que teve com o objetivo de expandir a linha férrea agilizando as chegadas das mercadorias.

Privatização

O diretor da AEEFL Manoel Geraldo lembrou que antes do processo de privatização das ferrovias a RFFSA sob o controle estatal tinha cerca de 38 mil Km de linha em operação, depois da privatização, infelizmente esse número caiu para 9 mil Km.

Diante dessa realidade, existe uma preocupação com o que vai acontecer num curto prazo com o desenvolvimento e investimentos que estão sendo feitos em nosso estado.

Sustentabilidade

O diretor da Aenfer Celso Paulo citou que o setor portuário do Rio de Janeiro está em pleno desenvolvimento, mas sua preocupação é onde vão colocar os caminhões nas estradas que já estão lotadas.

A construção de ferrovia se impõe não pela tradição ou saudade da ferrovia, mas por ser o transporte mais econômico e mais viável para descongestionar o trânsito. Devemos lembrar da sustentabilidade. Aliás, o primeiro tema do seminário Transtrilhos é sobre movimento sustentável e mobilidade. Não é possível falar de desenvolvimento hoje no mundo sem falar de sustentabilidade, disse Celso Paulo.

Congestionamento

O presidente Luiz Lourenço esclareceu que o custo inicial da construção de uma rodovia  é muito mais barato que da ferrovia, que envolve muita tecnologia. Por isso houve uma pressão muito grande da indústria rodoviária sobre a ferrovia.

Apesar desse investimento inicial ser mais caro na ferrovia, ao logo do tempo se diluía com a durabilidade e com o frete mais barato, tendo um resultado mais satisfatório. Mas infelizmente essa questão não foi levada em conta  e hoje o resultado são rodovias congestionadas. Como paliativo foram criadas pistas para os BRTs, mas daqui a dez anos como vamos ficar? Argumentou Luiz Lourenço.

Centro Cultural Barão de Mauá

Uma das preocupações do diretor Rubem Ladeira é sobre a preservação da memória ferroviária que pode se perder com o tempo se medidas não forem tomadas. Ele citou como exemplo o Museu deo Trem do Engenho de Dentro que está fechado. Uma opção seria sua transferência para a Estação de Barão de Mauá. Ele lembrou que em 2010 o Ministério dos Transportes criou um Grupo de Trabalho com a coordenação da Universidade de Santa Catarina que teve como objetivo estudar a transferência do Museu para o complexo de Barão de Mauá e disse que paralelamente o então senador Paulo Duque (RJ) elaborou um Projeto de Lei para a criação do Centro Cultural Barão de Mauá. Com o final de seu mandato o projeto foi arquivado, porém, segundo Ladeira, existe um pedido de reativação desse projeto através de outro senador.

Era preciso fazer um centro cultural em Barão de Mauá para salvar os acervos, livros, objetos raros e principalmente material rodante, para uma revitalização do espaço e uma atração turística para o estado, disse Ladeira.

O vice-presidente da AEEFL Jair José enfatizou que o prédio de Barão de Mauá é tombado pelo INEPAC e em processo de tombamento pelo IPHAN mas precisa ser revitalizado. Atualmente está degradado pelo tempo. O estado do Rio de Janeiro é o berço da ferrovia nacional.

O apresentador Cadu Freitas achou pertinente levantar questões tão importantes para o crescimento da ferrovia e se mostrou interessado em voltar ao tema e se aprofundar mais sobre a história da ferrovia e Barão de Mauá. Ele disse ainda que a participação de todos foi muito esclarecedora e agradeceu pela contribuição que todos deram aos ouvintes da Rádio MEC.

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