VISÃO MODERNA DO TRANSPORTE SOBRE TRILHOS

O conselheiro do Clube de Engenharia eng.°Miguel Bahury discorreu sobre a “Visão moderna do Transporte sobre Trilhos”. O terceiro palestrante lembrou que a partir de 1940 o Brasil optou pelo modo rodoviário de transportes, seguido de deficiências na manutenção e operação do transporte ferroviário. Hoje nossa malha ferroviária é menor que os 48 mil km que os EUA tinham em 1860. Na virada do século 19 para o 20 o Brasil construía 570 km de ferrovias/ano e entre 1970 e 2000 construiu apenas 40 km. A primeira ferrovia brasileira (1854) foi inaugurada no mesmo ano do metrô de Londres. Como consequência foi adotado o modo rodoviário para o transporte de massa.

Comparar os custos ferrovia x rodovia não pode se limitar aos custos de construção, pois o custo de manutenção da ferrovia é muito menor! Podemos citar ainda outras vantagens a favor da ferrovia: transporte mais rápido, seguro e sem poluição; a ferrovia tem vida mais longa; trem ou metrô podem transportar 40 mil pessoas/hora enquanto o ônibus transporta apenas 12 mil; capacidade de transporte de carga muito mais elevada. Nosso modal ferroviário transporta apenas 22,5% das cargas no país.

No Rio de Janeiro das 9,5 milhões de viagens/dia apenas 10% utilizam o modo sobre trilhos. Resultado do modelo equivocado adotado no país. O metrô do Rio pouco ampliou sua capacidade de transporte nos últimos 20 anos, ao passo que o metrô de São Paulo, cuja data de construção se equipara à do Rio, transporta 3,6 milhões de passageiros. Isto é resultado do baixíssimo investimento no setor.

O Clube de Engenharia apresentou sua proposta para o metrô do Rio: concluir a ligação Estácio-Carioca-Barcas; manter o trajeto original da linha 4; incluir a estação Gávea (em dois níveis) no trajeto Ipanema-Jardim Oceânico; manter a estação General Osório como estação de passagem e não fim de linha. E também criação de uma linha circular (Gen. Osório-Saens Peña com túnel até a estação Uruguai). Em julho de 2011 o Clube solicitou ao governo do Estado acesso à pesquisa origem-destino relativa à linha 4. No entanto até julho deste ano não recebeu qualquer resposta. Caso necessário o Clube evocará a lei nº. 12527 e tomará medidas legais se não for atendido.

O palestrante finalizou demonstrando como nas principais cidades do mundo os sistemas de metrô se constituem em redes e não em ligações lineares como as que estão sendo implementadas em nossa cidade.

Veja apresentação do trabalho do engenheiro Miguel Bahury

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