A Prefeitura do Rio de Janeiro adiou indefinidamente a realização da licitação para construção e exploração das linhas de bondes na Zona Portuária. A entrega de propostas para execução dos serviços aconteceria na tarde de terça-feira (29/01), mas, de acordo com a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto, a concorrência teria sido postergada a pedido de empresas interessadas em participar da disputa para que houvesse mais tempo para melhorar as proposições econômicas.
Já a Casa Civil apresenta outro motivo para o adiamento. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, o Tribunal de Contas do Município não teria concluído a análise do edital. Sem o aval do TCM, a prefeitura estaria impedida de realizar a licitação.
Procurado, o TCM ainda não se pronunciou.
O projeto prevê seis linhas de bondes que circularão no Centro e na Zona Portuária, com 28 quilômetros de trilhos e 42 estações, com uso do Bilhete Único Carioca. As composições serão refrigeradas e poderão transportar até 450 passageiros. Pelo cronograma original das obras, a Avenida Rio Branco deveria ser interditada no segundo trimestre deste ano.
Dois desses trajetos passarão pela Rio Branco, ligando a Avenida Presidente Antônio Carlos à Central do Brasil e à Rodoviária Novo Rio. Com os bondes ali, a Rio Branco será fechada entre a Avenida Nilo Peçanha e a Rua Santa Luzia – mas só depois da implantação do Transbrasil, o corredor exclusivo de ônibus entre Deodoro e o Centro.
Só na Rio Branco, trafegam 146 linhas de ônibus, com mais de 22,1 milhões de passageiros por mês. A sua interdição permanente retiraria dali cerca de 2.100 coletivos de uma só tacada.
Os outros quatro trajetos de bonde serão Central-Aeroporto Santos Dumont (via Saara), Central-Praça Mauá, Central-Rodoviária e Rodoviária-Praça Mauá. Orçado em R$ 1,1 bilhão e com R$ 500 milhões do governo federal, o projeto foi elaborado pelo Grupo CCR, controlador da Ponte Rio-Niterói, da Via Lagos e das barcas – que terá uma estação de bonde na sua porta, na Praça XV.
RF A assessoria de imprensa do projeto Porto Maravilha informou à Revista Ferroviária que a nova data de entrega das propostas será anunciada após aprovação do edital pelo Tribunal de Contas do Município.
Fonte: Revista Ferroviária, 31/01/2013