A concessionária que administra o metrô está anunciando a venda dos nomes das estações. A medida é apresentada no site da empresa como o primeiro programa de patrocínio corporativo das autoridades de transporte do Brasil, incluindo direitos de nome, uma estratégia desenvolvida para parceiros exclusivos e bem estabelecidos em toda a amplitude dos ativos e instalações. Ainda segundo o texto, a iniciativa, em parceria com a IMX empresa de Eike Batista , tem o objetivo de identificar oportunidades de receita adicionais além das plataformas atuais, com propagandas e lojas.
Pelo projeto, batizado de Estação Patrocinada e que estimula as empresas a transformarem suas marcas em referência para a cidade, estações como Cinelândia, Cantagalo ou Pavuna receberiam um primeiro nome, no caso, das empresas que fecharem negócio com a concessionária Metrô Rio.
Em outro trecho de apresentação do projeto no site, a Metrô Rio diz que está criando negócios em várias dimensões: Ele gera oportunidades exclusivas, comunicação dinâmica e plataformas de promoção, acesso a ativos e propriedades de classe mundial do MetrôRio e conexões de marca inovadoras.
A concessionária diz, ainda, que o programa oferece para as empresas a oportunidade de mostrar o comprometimento com o Rio e a sociedade carioca. E que procura parcerias em longo prazo.
O engenheiro de Transportes Fernando Mc Dowell, que participou de processos de concessão como da Via-Lagos e da Ponte Rio-Niterói, diz que uma parceria público-privada só tem sentido se tiver objetivo social, e classificou a proposta da Metrô Rio de absurda.
— Nunca ouvi nada parecido em lugar nenhum do mundo. Vão baixar o preço da tarifa? Uma medida absurda como essa só tem sentido se houver redução de custo do serviço para os usuários — disse ele, acrescentando que essa redução de preço teria que ser de no mínimo 30% no valor da passagem.
Procurada pelo GLOBO, a assessoria de imprensa da Metrô Rio desconhecia o projeto. A Agência Reguladora de Transportes (Agetransp) informou que só se pronunciará nesta quinta-feira sobre o caso, assim como a Secretaria estadual de Transportes.
Fonte: O Globo, 16/05/2013