Sete dos oito consórcios que participavam da licitação internacional para gerenciar o projeto executivo de engenharia do trem-bala Rio de Janeiro-São Paulo-Campinas foram eliminados da disputa. O único consórcio que se manteve é formado pela brasileira Geodata e pela italiana Italferr.
Todos os demais foram desclassificados, porque não atendiam às exigências do edital, segundo a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), responsável pelo processo de contratação. Eles já manifestaram a intenção de apresentar recursos administrativos contra a decisão.
Essa é uma etapa importante para a implantação do trem de alta velocidade (TAV) que ligará as duas maiores cidades do país. O projeto executivo dará, entre outras coisas, um custo mais preciso do empreendimento. Em 2008, ele foi avaliado pelo próprio governo federal em R$ 33 bilhões, mas empreiteiras diziam que esse valor estava subestimado.
O leilão do trem-bala, que definirá a operadora do trem e os fornecedores de tecnologia, será em agosto. A contratação das obras de infraestrutura deverá ocorrer apenas em 2014 – para isso, é fundamental ter o projeto executivo concluído ou pelo menos em estágio avançado. O grupo vencedor da atual licitação não fará todo o projeto, que envolverá várias outras empresas, mas terá a responsabilidade por gerenciar e integrar os trabalhos.
A licitação foi dividida em três etapas. Na primeira, os concorrentes apresentaram suas propostas de preços. A melhor foi de um consórcio encabeçado pela francesa Egis, sócia minoritária do aeroporto de Viracopos, em São Paulo, mas com experiência na construção de trens de alta velocidade na França. Sua proposta era de R$ 74 milhões. O consórcio da Geodata e da Italferr ficou em terceiro lugar, com preço de R$ 77,3 milhões.
Na segunda etapa, encerrada ontem com apenas um consórcio classificado, foi avaliada a habilitação técnica das empresas. Houve falta de atestados e certificados que impediam a comprovação da qualidade dos concorrentes. Por isso, eles acabaram desclassificados.
Hoje, a Geodata e a Italferr entregaram a proposta técnica, que constitui a terceira e última fase do processo de licitação. Será aberto um prazo para a apresentação de recursos administrativos. Caso nenhum dos concorrentes desclassificados volte à disputa, o consórcio formado por brasileiros e italianos será declarado vencedor. De acordo com a Empresa de Planejamento e Logística, não há prazo para a conclusão do processo.
Valor Econômico, 19/07/2013