Valec vai comprar R$ 410 mi em trilhos para a Norte-Sul

A Valec marcou para o dia 9 setembro o pregão para compra de 95,4 mil toneladas de trilhos, material que será 100% importado, uma vez que o Brasil não tem fabricante nacional desse produto. Os lingotes de aço serão usados para concluir a extensão sul da Ferrovia Norte-Sul, no trecho entre as cidades de Ouro Verde, em Goiás, e Estrela D’Oeste, em São Paulo.

A licitação foi dividida em três lotes e as empresas interessadas deverão entregar suas propostas e habilitações até 2 de setembro. O valor estimado para cada lote é de R$ 136,8 milhões, somando cerca de R$ 410,3 milhões.

O critério de julgamento adotado será o de menor preço global por cada lote. Todo material deverá ser entregue no porto de Santos, em São Paulo. O prazo para entrega total de cada lote é de nove meses. A previsão da Valec é assinar os contratos até meados de outubro.

Cada um dos lotes de 31,8 mil toneladas deverá ser entregue em três remessas. O cronograma da Valec prevê que a primeira remessa chegue ao porto de Santos em até 90 dias após a assinatura do contrato, ou seja, entre dezembro e janeiro de 2014. Um orçamento de R$ 68 milhões já foi reservado pela estatal para bancar as primeiras entregas previstas para ocorrer neste ano.

Uma segunda licitação será realizada pela estatal ainda neste segundo semestre, para aquisição dos trilhos que serão utilizados na construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), prevista para ligar a cidade de Ilhéus, no litoral baiano, até Figueirópolis (TO), cortando o sertão da Bahia.

Desde o início do ano, a Valec enfrenta enorme dificuldade para realizar a licitação dos trilhos, por conta de questionamentos jurídicos e do Tribunal de Contas da União (TCU), relacionados a duas licitações realizadas anteriormente pela estatal. Ambas foram revogadas pela estatal.

A demora na compra de trilhos compromete o andamento das obras da Valec. Nos últimos três meses, a empresa chegou a negociar a possibilidade de tomar emprestadas 40 mil toneladas de trilhos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que toca as obras da ferrovia Transnordestina, em Pernambuco. A Valec, no entanto, desistiu do acordo.

Segundo o presidente da estatal, Josias Cavalcante, não havia compatibilidade técnica entre o trilho usado na Transnordestina e aquele que está projetado para suportar a Norte-Sul. “Os trilhos continuam a ser o nosso principal gargalo”, disse.

Valor Econômico, 19/07/2013

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