Rio tem o terceiro pior trânsito do mundo, diz pesquisa

RIO — Um estudo da empresa holandesa de tecnologia de transporte TomTom, divulgado esta semana no Brasil, revela que o Rio tem o terceiro pior trânsito do mundo, atrás de Moscou e Istambul. Segundo a pesquisa, que considera o segundo trimestre, os cariocas registram um atraso, por hora dirigida, de 66 minutos. Em São Paulo, que aparece em sétima posição, os motoristas perdem adicionais 48 minutos para cada hora dirigida no horário de pico. Isso dá às duas cidades um índice de engarrafamento de 50% e 39%, respectivamente, contra 65% de Moscou e 57% de Istambul.

Rio e São Paulo são as únicas representantes brasileiras na pesquisa, que inclui 169 cidades do mundo. Considerando-se apenas as Américas, são as cidades com pior trânsito. Nova York, para efeito de comparação, tem índice de engarrafamento de 26%.

A base da empresa holandesa para concluir o estudo foram as principais vias de cada metrópole, onde é comparada a diferença entre a média de velocidade nos horários de pico (entre as 7h e as 11h, e entre as 18h e as 22h) e aquela nos horários de trânsito livre. O estudo mostra ainda que, no Rio, o dia 17 de maio, com fortes chuvas, registrou o pior trânsito.

O especialista em transporte público e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Márcio Barbosa lamenta o resultado da pesquisa.

— Nossa maior perplexidade é que ficamos na frente de São Paulo, que sempre foi conhecida como uma cidade com grandes engarrafamentos. Há dez anos, a capital paulista começou a investir em corredores exclusivos para ônibus e faixas seletivas, muito antes do Rio. Mas já acordamos e estamos nos reestruturando com o BRT e outras vias exclusivas. Isso é uma quebra de paradigma, que precisávamos ter tomado há mais tempo, pois, se não dermos prioridade ao transporte coletivo, a cidade não terá mobilidade — diz Barbosa.

CET-Rio diz ter resultados diferentes

Em nota oficial, a CET-Rio informou possuir indicadores de mobilidade que apontam resultados significativamente diferentes. “É importante ressaltar, que são obtidos com metodologia muito mais confiável do que o GPS , pois, em nessas pesquisas, são usados equipamentos de reconhecimento óptico de caracteres (OCR),medem a velocidade de todos os veículos que circulam pelas vias e, por isso, tem significância cientifica, enquanto as amostras obtidas com GPS podem não ter registros suficientes, pois apenas uma parte dos veículos são pesquisados, ou seja, aqueles que possuem equipamento da empresa que fez a pesquisa”.

Fonte: O Globo, 14/11/2013

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