Com o marco regulatório da Política Nacional de Mobilidade Urbana, firmado no início de 2013, são aguardadas mudanças no setor, com vistas a trazer mais qualidade, funcionalidade e segurança ao transporte do cidadão. O estímulo ao planejamento, na esfera municipal, chega em um momento de afogamento das vias urbanas e insatisfação geral da população – e o anseio por alternativas ambientalmente amigáveis está na pauta pública.
“O país carece de infraestrutura de média e alta capacidade, como os VLTs [veículos leves sobre trilhos], monotrilhos e metrôs. É hora de rediscutir a matriz”, diz José Geraldo Baião, presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (Aeamesp). Diferentes soluções de transporte compõem essa malha urbana adequada às novas demandas. Em muitas delas, os investimentos trazem no cerne a participação de produtos de alumínio, que agregam um viés de sustentabilidade aos projetos.
Monotrilhos e metrôs
A presença dos diversos tipos de trens é mandatória nos novos planos de transporte das metrópoles. Em razão da leveza combinada à resistência, os novos monotrilhos e VLTs necessariamente fazem uso do alumínio. Mas até os antigos metrôs têm recebido uma nova aplicação do metal, nos pisos dos vagões do metrô de São Paulo – sendo que os novos já saem de fábrica assim. A demanda surgiu a partir da recente instalação de sistemas de ar condicionado nos trens, o que acrescenta cerca de mil quilos aos vagões.
“A via precisa ser redimensionada para receber essa carga extra. Para compensar isso, já tem havido substituição do aço por alumínio nos pisos de vagões do metrô de São Paulo”, diz Baião, da Aeamesp. Ao passo que metrô tem investimento de R$ 500 milhões por quilômetro, o monotrilho requer R$ 200 milhões. Segundo dados do Metrô, a implantação desse sistema leva em conta o menor custo de implantação e prazo mais curto para a construção, em relação ao metrô convencional.
Com investimento total de R$ 5,4 bilhões, a projeção é que a Linha 15 – Prata (que percorrerá 26,6 km entre zonas Sul e Leste de São Paulo) transporte 500 mil pessoas diariamente. O primeiro trecho dela será inaugurado ainda no primeiro semestre de 2014. Além da estrutura dos vagões, também o trilho de força traz alumínio. Responsável por suportar os vagões, resistindo à pressão gerada pelas sapatas coletoras dos veículos, e por conduzir a energia que movimenta os trens, o trilho é feito em 90% alumínio.
“As tolerâncias dimensionais da extrusão de alumínio são bem apertadas e exigem um controle rigoroso no processo de fabricação, bem como um sistema de qualidade abrangente”, explica Alessandro Cezar, diretor executivo da Conductix-Wampfler, líder no mercado mundial no fornecimento de sistemas de alimentação para monotrilhos e responsável pela produção dos trilhos condutores de energia para os Monotrilhos Linhas 15 e 17.
O alumínio também agrega em segurança ao sistema. As peças são instaladas nas vigas de rolamento dos monotrilhos, em alguns casos a 18 metros de altura, transferindo correntes elétricas de 4500 amperes. “Isso significa que os componentes de forma alguma podem falhar”, reforça Cezar.
Embora haja outras opções no mercado, o diretor aponta que a solução em alumínio apresenta o melhor custo-benefício, tendo em vista o sistema como um todo, “e principalmente no dimensionamento da potência das estações elétricas que alimentam os sistemas”. Só na Linha 15, por exemplo, o volume de alumínio empregado será de 1,5 mil tonelada. “A grande vantagem da utilização do alumínio é a sua ótima condutibilidade elétrica, resistência a oxidação e a possibilidade de fabricar perfis com diferentes desenhos”, avalia.
Inclusão de ar condicionado nos metrôs de São Paulo gera carga extra de mil quilos; para compensar o sistema, pisos dos vagões estão sendo substituídos por chapas de alumínio.
Fonte: Revista Alumínio – Edição 37, 11/02/2014
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