RIO — Um grupo de moradores de Ipanema prepara uma ação na Justiça contra as empreiteiras das obras da Linha 4 do metrô. No próximo sábado, dia 23, síndicos de edifícios das ruas Barão da Torre e da Visconde de Pirajá farão uma reunião com um advogado, na qual deverão ser definidos os detalhes do processo. Há descontentamento com a forma com que as obras de expansão do metrô vêm ocorrendo, principalmente depois do incidente ocorrido há oito dias, quando duas crateras se abriram no meio da Rua Barão da Torre. O consórcio Linha 4 é formado pelas construtoras Odebrecht Infraestrutura, Carioca Engenharia e Queiroz Galvão.
— A gente deve ingressar com ação cautelar pedindo que uma empresa de geotecnia acompanhe o processo, para que haja mais transparência. O metrô até agora não nos passou as causas (do incidente). O tatuzão parou de funcionar, mas as obras, com maquinários, continuam na Visconde de Pirajá. Estão acontecendo incidentes com frequência. Faltam informações — diz Gabriel Mansell, síndico de três prédios na Visconde de Pirajá.
Na madrugada do último dia 11, um estrondo acordou moradores da Barão da Torre: era o anúncio da abertura de dois enormes buracos na Rua Barão da Torre — entre as ruas Teixeira de Melo e Farme de Amoedo, em Ipanema. A passagem do tatuzão pelo local é uma das hipóteses que está sendo investigada pela equipe de engenheiros. Técnicos foram categóricos ao dizer que não há risco para a estrutura dos prédios. Apesar da paralisação das escavações, o governo do estado garante que as obras para a implantação da Linha 4 continuam e que o cronograma será mantido para a inauguração antes das Olimpíadas de 2016.
Em nota, a concessionária responsável pelas obras informou que apenas as escavações do túnel sob a Rua Barão da Torre estão interrompidas temporariamente, até que que se saiba o que causou o assentamento do solo naquele local. As causas do incidente estão sendo analisadas.
Fonte: O Globo, 19/05/2014