Maquinista de trem que colidiu no RJ diz que avançou sinal com permissão

Luiz Felipe Moreira Breves, maquinista do trem que colidiu com uma composição que estava parada, na estação de Juscelino, em Mesquita, Baixada Fluminense, disse à polícia nesta quinta-feira (8) que avançou o sinal com autorização, conforme informou o RJTV. O acidente aconteceu na noite da segunda-feira (5) e deixou 229 feridos.

Por sua vez, o controlador de trafégo da Supervia Fábio Oliveira Riboura, em depoimento de mais de duas horas na quarta-feira (7), na 53ª DP (Mesquita), disse acreditar que o trem que bateu na traseira do outro avançou o sinal vermelho, indicando que deveria parar. Segundo ele, seu sistema de leds sinalizou que o trem não parou quando houve sinalização.

O maquinista do trem que estava parado, Carlos Henrique da Silva França, terá que prestar novo depoimento, segundo a polícia, que viu contradições entre o depoimento dele e de passageiros.

“Passageiros contaram que houve problemas e ele afirma que não houve nada”, explicou o delegado Matheus Almeida, da delegacia de Mesquita, que investiga o caso.

Investigações
Peritos tentam descobrir se houve falha na sinalização, no sistema de freios ou no controle da via durante o acidente entre dois trens em Mesquita, na noite da segunda. Há dois anos a Supervia anunciou que estava instalando um novo sistema de sinalização para controlar a distância entre os trens, o que poderia evitar este tipo de acidente.

A previsão do término das instalações era para o final de 2013 para todos os ramais. Mas, segundo a concessionária, a complexidade para a instalação causou um atraso e apenas o ramal de Deodoro contava com a ferramenta.

A Polícia Civil e a Agência Reguladora de Transportes Públicos investigam as causas do acidente. Mais de 100 pessoas já foram ouvidas no inquérito. Os responsáveis pelo acidente responderão por lesão corporal culposa por acidente ferroviário.

Na terça-feira (6), passageiros dos dois trens envolvidos no acidente foram à delegacia da cidade prestar depoimento sobre o acidente.

Muitas pessoas reclamaram da falta de assistência de funcionários da SuperVia, responsável pela operação dos trens. O presidente da concessionária esteve no local do acidente ainda na noite de segunda e disse que as duas composições estavam com a manutenção em dia.

O secretário de transportes do Rio, Carlos Roberto Osório, afirmou que houve uma falha grave.

“Um acidente que não pode acontecer em hipótese nenhuma. O trem estava parado em uma estação, fazendo desembarque e embarque de passageiros foi atingido por outro na traseira vindo na mesma direção. Vamos fazer uma investigação rigorosa e descorir se houve uma falha individual, coletiva, ou uma soma de fatores”, disse.

A Agência Reguladora dos Transportes (Agetransp) informou que técnicos estiveram hoje na oficina do SuperVia para uma nova perícia. “Abrimos todas as hipóteses que podem ser testadas para que a gente possa identificar fundamentalmente a falha e em seguida as causas que possam ter levados a esse acidente”, disse um dos representantes.

O núcleo de defesa do consumidor da Defensoria Pública do estado vai orientar as vítimas a receber possíveis indenizações. Os passageiros roubados devem registrar a ocorrência na polícia e os feridos, guardar os documentos do atendimento médico.

Fonte: G1, 08/01/2015

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