Maquinista que bateu em trem na Baixada se envolveu em acidente sete anos atrás

RIO — O acidente entre dois trens da SuperVia, que aconteceu na noite de segunda-feira e deixou 229 feridos, foi o segundo no qual o maquinista Luiz Felipe Moreira Breves, de 32 anos, se envolveu. Breves conduzia a composição que bateu em outra, parado, na Estação Presidente Juscelino, em Mesquita, na Baixada Fluminense.

Na delegacia, o funcionário da SuperVia, que tem dez anos de profissão, contou que, em 2008, próximo à estação de Queimados, também na Baixada, o trem que conduzia descarrilou após atingir um dormente de madeira que havia sido colocado sobre os trilhos. Não houve feridos. Ainda de acordo com o maquinista, uma sindicância interna da concessionária comprovou que ele não teve culpa pelo ocorrido.

Nesta quinta-feira, o delegado-titular da 53ª DP (Mesquita), Matheus de Almeida Romanelli, fez uma acareação entre o maquinista Luiz Felipe Moreira Breves e o controlador de tráfego da SuperVia Fábio Oliveira Riboura. Segundo o policial, os dois confirmaram que a composição avançou um sinal vermelho, mas deram explicações contraditórias: Breves disse que o fez por orientação de Riboura, que negou ter dado a ordem. Como ambos sustentaram suas versões, Romanelli solicitou à concessionária a caixa-preta que teria a gravação da conversa entre o maquinista e o controlador de tráfego momentos antes da colisão.

Em sua versão, o controlador de tráfego sustentou que a sinalização vinha sendo feita manualmente devido à forte chuva da noite do acidente. Ele afirmou que, quando um trem parou na estação de Mesquita, mudou um sinal de verde para amarelo, autorizando Breves a seguir viagem, mas em velocidade reduzida. O maquinista, segundo Riboura, poderia continuar o percurso, mas, próximo à plataforma, teria de parar a composição porque havia mais um sinal, que estava vermelho.

AGETRANSP DEFENDE SUPERVIA

Apesar de o presidente da SuperVia, Carlos José Cunha, ter reconhecido, na terça-feira, que a implantação de um sistema eletrônico de segurança em sete dos oito ramais da rede está atrasada desde o fim de 2013, a Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes do Estado do Rio (Agetransp) divulgou, nesta quinta-feira, uma nota na qual afirma que a concessionária não descumpriu o prazo para fazê-la.

“A respeito da implantação do novo sistema de sinalização ferroviária pela concessionária Supervia, a Agetransp esclarece que, de acordo com o anexo 1 do oitavo termo aditivo ao contrato de concessão assinado no dia 29 de novembro de 2010, o prazo para a conclusão deste investimento termina no fim de 2015. Este prazo foi ratificado pelo nono termo aditivo, assinado no dia 25 de agosto de 2014. Há um procedimento específico de acompanhamento mensal dos prazos para implantação deste novo sistema de sinalização por parte da agência reguladora e a previsão de conclusão está de acordo com o prazo contratual”, diz o comunicado.

Até esta quinta-feira, policiais da 53ª DP ouviram depoimentos de cerca de 400 passageiros que estavam nos trens envolvidos no acidente de segunda-feira. O Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública do estado está orientando as vítimas para o recebimento de indenizações. Feridos e pessoas que tiveram pertences perdidos ou roubados devem fazer registros na delegacia.

Fonte: O Globo, 09/01/2015

 

5 comentários em “Maquinista que bateu em trem na Baixada se envolveu em acidente sete anos atrás”

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