De quatro meses para cá, os depósitos da Supervia estão ficando abarrotados de composições velhas. Até o momento, são 151 vagões. Se fossem enfileirados, esses trens velhos ocupariam quase quatro quilômetros de extensão em linha reta. São mil toneladas de materiais valiosos como ferro, cobre, aço inoxidável e alumínio no mercado de sucata, como mostrou o RJTV 1ª edição.
Para cada trem novo que chega com ar condicionado um outro velho sai de circulação são trens antigos com 40 e 50 anos de uso. Todas as composições pertencem ao governo do estado, que até agora não sabe o que fazer com elas. Enquanto isso, os vagões são trazidos para os depósitos da Supervia. O problema é que não há espaço suficiente para acomodar todos os vagões velhos que vão sair de linha até o fim do ano.
Será preciso abrir espaço para mais 144 vagões antigos que saem de circulação até novembro. Até as olimpíadas serão 220. A falta de espaço já compromete o funcionamento das oficinas de manutenção. Parte das composições velhas ocupa provisoriamente metade das vagas reservadas para reparos e consertos dos trens que ainda circulam.
Imagem: Rede Globo
Falta de segurança preocupa
Um outro problema é a segurança desses materiais. A Supervia alega não ter condições de proteger todas as peças de valor com o devido cuidado. “Aí fica exposto a roubo, exatamente esse tipo de problema que a gente não consegue administrar aqui, por ser uma região muito propícia a esse tipo de ação”, alertou Carlos José Cunha, presidente da Supervia.
O governo do estado quer repetir na Supervia a solução encontrada dias atrás para os trens velhos do metrô. Depois de 11 anos largados no depósito, 28 vagões foram finalmente vendidos à concessionária. O valor calculado pela perícia foi de R$ 18 milhões. O metrô fica livre para vender ou reaproveitar as peças que quiser.
Em contrapartida, o estado vai acelerar as obras para a construção de duas novas subestações de energia. Algo que já era atribuição do governo, mas sem previsão de sair do papel. O problema é o tempo que levou para chegar a um acordo. Foram seis meses de muita burocracia.
“Estamos correndo contra o tempo no caso dos trens da Supervia. Os trens chineses estão chegando, o ritmo de chegada é forte, 5, 6 composições por mês e nós esperamos, nos próximos 30 ou 45 dias, termos a solução de modo que a supervia possa começar a liberar os seus pátios para receber os novos trens”, afirmou o secretário Estadual de Transportes, Carlos Osório.
Fonte: G1, 25/02/2015
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