Moradores de Santa Teresa protestam contra atraso nas obras do sistema de bondes do bairro

RIO – Moradores de Santa Teresa, na Zona Sul, fizeram ato público na tarde deste sábado, no Largo do Curvelo, em protesto contra o atraso nas obras do sistema de transporte por bondes no bairro. As intervenções começaram em novembro de 2013 e a previsão inicial do governo do estado era de que fossem concluídas antes da Copa do Mundo, realizada em junho do ano passado. Até hoje, no entanto, o primeiro trecho da linha de bondes, entre o Largo da Carioca, no centro, e o Largo do Curvelo, em Santa Teresa, está em operação.

A secretaria de transportes do estado afirma que o primeiro trecho será concluído em meados de junho, mas o restante da obra ainda não tem previsão para ser concluído. O trecho da primeira parte da linha de bondes chegou a passar por um teste de operação em março. O teste, no entanto, revelou problemas na execução da obra que ainda impedem a circulação dos bondes.

— Foi constatado que a instalação dos trilhos foi feita de forma equivocada, o que poderia causar problemas no sistema de freios. Todo o trecho já está sendo refeito, com custo integralmente por conta do consórcio que executa as obras — afirma o secretário de transportes, Carlos Osório.

O ato foi organizado pela Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast) que elaborou uma pauta com 14 solicitações ao governo do estado. A secretaria de transportes agendou reunião para a próxima semana com os moradores.

— Um ano e meio depois do início das obras, sequer um quarto delas foi concluído. Foram cometidos erros de planejamento e de execução e o governo não nos dá nenhum prazo para terminar — afirma Jacques Schwarzstein, presidente da Amast.

O secretário Carlos Osório afirma que o consórcio Elmo-Azvi foi multado há dez dias em R$ 900 mil por paralisação injustificada das obras e que não descarta cancelar a licitação e realizar uma nova caso os problemas persistam. Paradas no final de abril, as obras foram retomadas de forma lenta na semana passada, segundo a Amast.

O sistema de bondes está parado desde 27 de agosto de 2011, quando seis pessoas morreram e 57 ficaram feridas num descarrilamento na Rua Joaquim Murtinho. No acidente, o veículo saiu dos trilhos, derrubou um poste e tombou numa curva. O laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), na ocasião, detectou 23 problemas no veículo.

Fonte: O Globo, 23/05/2015

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