A inauguração do último trecho da ferrovia de alta velocidade entre Paris e Estrasburgo, prevista para abril de 2016, será adiada por causa do acidente que ocorreu ontem em uma operação de testes de um dos trens, provocando a morte de 11 pessoas.
O anúncio foi feito neste domingo pelo responsável de infraestruturas da Sociedade Nacional de Ferrovias (SNCF), Jacques Rapoport, em entrevista coletiva sobre o descarrilamento ocorrido no município de Eckwersheim do trem de alta velocidade (TGV).
Foi o acidente mais grave desde o início do funcionamento do TGV na França em 1981 já que, segundo os dados ainda provisórios divulgados por uma porta-voz da SNCF, o incidente causou a morte de pelo menos 11 pessoas e deixou outros 39 feridos.
Rapoport, que concedeu entrevista ao lado do presidente da SNCF, Guillaume Pepdy, indicou que decidiram “interromper completamente até entender o que ocorreu em Eckwersheim”.
“Levando em consideração a duração das três investigações abertas, é razoável pensar que a inauguração do último trecho da linha, o que chegará a Estrasburgo, será adiada”, afirmou.
Pepdy, por sua vez, reconheceu que as causas do descarrilamento ainda não são conhecidas. O trem levava cerca de 50 pessoas, algumas delas parentes de funcionários da SNCF, incluindo várias crianças – três delas ficaram feridas no acidente.
A presença dos familiares irritou o presidente da SNCF, que indicou que só engenheiros e técnicos encarregados do teste estavam autorizados a viajar no trem.
Pepdy disse que ainda desconhece a velocidade com a qual circulava o trem quando descarrilhou e caiu em um canal. Informações divulgadas ontem indicavam que ele estava a 350 km/h em um trecho que o limite máximo permitido é de 176km/h.
Um porta-voz da SNCF reiterou à Agência Efe que, embora não haja uma explicação para o acidente, não é possível afirmar que o descarrilamento ocorreu por excesso de velocidade. Além disso, afirmou que não há qualquer indício de atentado terrorista.
O porta-voz acrescentou que o incidente não ocorreria se o trem já estivesse em operação, porque há dispositivos usados para limitar a velocidade que são desativados durante a fase de testes.
Na tarde de hoje, guindastes eram usados para tirar o trem do canal, sobretudo porque as equipes de resgate ainda buscam pessoas desaparecidas que podem estar entre as ferragens.
A ministra de Ecologia da França, Ségolène Royal, falou que há entre quatro e cinco desaparecidos ao chegar ao local do acidente ontem.
A inauguração da última parte da linha de alta velocidade Paris-Estrasburgo (de 406 quilômetros) deveria reduzir o tempo de viagem entre as duas cidades para uma 1h48min, contra as 2h20min atuais.
Fonte: Terra, 15/11/2015
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