Vale cancela viagens de trem no ES devido a protesto em ferrovia em MG

Devido a um bloqueio realizado durante o protesto de índios na Estrada de Ferro Vitória a Minas, em Minas Gerais, na manhã deste sábado (14), em Tumiritinga, as viagens que sairiam da Estação Pedro Nolasco, em Cariacica, no Espírito Santo, foram canceladas. A Vale informou que as operações de cargas e passageiros foram suspensas por tempo indeterminado e que passageiros poderão remarcar viagens ou pedir reembolso.

O município é banhando pelo Rio Doce, que foi atingido pela lama proveniente do rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, que pertence a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, em Mariana. Entre as reinvindicações estão o abastecimento com água potável, a elaboração de um programa de recuperação do rio e a garantia de assistência aos pescadores.

O rompimento de duas barragens de rejeitos de minério da Samarco aconteceu no dia 5 de novembro e causou uma enxurrada de lama no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. A lama também chegará ao Espírito Santo e deve afetar o abastecimento de água de Baixo Guandu, Colatina e Linhares.

Viagens

Os trens que sairiam Estação Pedro Nolasco para cidades mineiras tiveram as viagens canceladas. Um grupo de estudantes de biologia de Guarapari estava indo para a cidade de Aimorés para verificar a situação do Rio Doce e foi surpreendido ao chegar à estação.

“Todo mundo está desapontado. Todo mundo gostaria de andar de trem, todo mundo gostaria de ter esse passeio. E a gente não teve essa oportunidade, infelizmente”, disse a professora Hidalícia Berguer.

A administradora Saiazi Gurgel veio de Minas Gerais para fazer um tratamento de quimioterapia em Vitória, mas não conseguiu chegar a tempo. Ela espera que a Vale atenda aos pedidos dos índios. “Eu precisava estar aqui para fazer a quimioterapia, perdi a quimioterapia, e ficou por isso mesmo”, disse.

Vale

A Vale informou que, com o bloqueio feito pelos índios, as operações de carga e de passageiros estão paralisadas por tempo indeterminado.

Os passageiros que já haviam comprado bilhetes podem remarcar a passagem ou pedir o reembolso no prazo de 30 dias. Quanto ao envio de água potável, exigido pelos índios, a empresa informou que um caminhão-pipa com 18 mil litros foi entregue neste sábado (14) à região.  No domingo, haverá outro caminhão, além de 3 mil litros de água mineral e 140 caixas d’água.

Mais protestos

A Estrada de Ferro Vitória a Minas foi bloqueada, no trecho de Baixo Guandu, no Noroeste do estado, no início da noite de quinta-feira (12), a mando da prefeitura. O município é cortado pelo Rio Doce, que foi afetado pela enxurrada de lama proveniente do rompimento das barragens de Mariana, em Minas Gerais.

O prefeito Neto Barros utilizou seis tratores para fechar a linha férrea. ”A população tem força e é preciso que se cobre, essa é a gota d’água”, disse.

A Vale informou que nenhuma viagem foi impactada por causa do protesto e as viagens foram mantidas. A mineradora não deu detalhes de como a via foi liberada.

O prefeito de Baixo Guandu disse que as máquinas que bloqueavam o trecho foram retiradas por conta de uma decisão judicial.

Fonte: Globo.com, 14/11/2015

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