Gare da Leopoldina (RJ) volta aos trilhos ao ganhar inquilinos

Fechada desde 2004, a Estação Barão de Mauá, popularmente conhecida como Leopoldina, só funcionava esporadicamente para eventos culturais. Ontem, no entanto, recebeu novos inquilinos para expediente diário: no empoeirado 2º andar do prédio, foram instalados o gabinete do secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, e as salas da Subsecretaria Executiva, da Coordenadoria de Projetos e da assessoria de imprensa do órgão.

No primeiro dia de trabalho no novo escritório, parte dos funcionários da secretaria — que ainda ocupa sete andares de um prédio em Copacabana — dividiu espaço com goteiras, paredes descascadas, janelas quebradas e restos de ninhos de pombos. Quem encostava no corrimão, ficava com as mãos sujas de fuligem. Na hora de lavá-las, no banheiro, nem todas as torneiras funcionavam.

O secretário fez a mudança às pressas, apenas três dias depois de o governador Luiz Fernando Pezão anunciar que reduziria seu próprio salário e de todos os secretários, devido à crise financeira do estado. Osorio diz que o objetivo é ocupar o edifício histórico, inaugurado em 1926, para proteger seu patrimônio, além de buscar formas de economizar recursos.

— Há tempos eu buscava uma destinação para esse imóvel, que só se deteriorava — afirmou Osorio que, ontem, deu o primeiro passo para que, gradativamente, toda a estrutura de órgãos como Setrans, Central Logística e RioTrilhos sejam transferidas para a Leopoldina.

LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA
A ideia agora é vender ou arrendar a atual sede em Copacabana, e gerar recursos. Para a secretaria, a localização da Leopoldina é estratégica, perto da Central do Brasil, da Rodoviária Novo Rio, do Terminal Américo Fontenelle e das sedes da Supervia e do MetrôRio.

No fim de semana, foi feito um mutirão de limpeza no imóvel. Uma funcionária contou que faxineiros tentaram deixar o segundo andar do prédio mais habitável. A própria sala do secretário tem janelas pichadas e um aparelho de ar-condicionado quebrado.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acredita que ocupar o prédio é a única solução para recuperá-lo.

Fonte: O Globo, 15/12/2015

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