SuperVia deixou de repassar R$ 6,8 milhões de bilheteria do teleférico para o estado

Durante cinco anos, a concessionária SuperVia, empresa do grupo Odebrecht TransPor, explorou a operação do transporte de passageiros no teleférico do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. A conta pelos 60 meses de serviços prestados, executados com dispensa de licitação, segundo a Secretaria estadual de Transportes, foi de R$ 3,3 milhões por mês, ou seja, um total de mais de R$ 180 milhões por todo o período. Mas este não foi o único custo do negócio para o estado. Uma investigação feita pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) revela que a SuperVia nunca repassou ao governo estadual o dinheiro recolhido nas bilheterias com a cobrança das tarifas social (R$ 1) e turística (R$ 5).

O repasse era previsto em uma cláusula do contrato firmado entre o governo estadual e a concessionária. Só entre 2011 e janeiro de 2014, período analisado pela auditória do TCE, a SuperVia deixou de repassar aos cofres estaduais, mais de R$ 6,8 milhões decorrentes da arrecadação nas bilheterias do teleférico do Alemão. Instaurado em 2013, o processo de auditoria junto a Secretaria estadual de Transporte (Setrans), responsável pelo contrato, ainda não tem prazo para ser encerrado. Segundo o TCE, a Setrans ainda está apresentando as alegações de defesa. Caso fique comprovado que a concessionária descumpriu obrigações, a empresa estará sujeita a sanções que vão desde simples advertência até impedimento de contratação por administração pública em período de até dois anos.

Procurada, a Setrans disse que o valor devido pela SuperVia em repasse não feito das tarifas é de R$ 2,3 milhões. A secretaria adiantou ainda que o estado ainda deve R$ 14,5 milhões à concessionária, referentes a parcelas contratuais que ainda não foram totalmente saldadas. Também procurada pelo EXTRA, a SuperVia disse que nada tinha a acrescentar às respostas dadas pela Setrans.

Transporte vai ter horário ampliado

Vencedor da única licitação feita pelo governo, o consórcio Rio Teleféricos já substituiu a SuperVia. A empresa começou a operar o transporte no último dia 8. A despesa mensal do contrato será de R$ 2,7 milhões. Segundo a Setrans, em 36 meses de contrato haverá uma economia de R$ 22 milhões em relação ao que era cobrado anteriormente pela SuperVia.

Por enquanto, a passagem é livre nas catracas e não há cobrança de tarifa social ou turística nas estações de Bonsucesso, Adeus, Baiana, Alemão, Itararé e Palmeiras. A cobrança — R$ 1 ou R$ 5 para turistas — só deve voltar em meados de abril, período previsto para ser concluída a migração do sistema de bilheteria, que passará a ser gerenciado pela Rio Teleféricos. Moradores continuam com direito a uma ida e uma volta gratuitas por dia.

Após 60 dias, haverá ampliação em uma hora do horário de funcionamento do teleférico em dias úteis. A previsão é que, de segunda a sexta-feira, o funcionamento seja das 6h às 22h. Já aos sábados, domingos e feriados, o horário será das 8h às 20h. Por enquanto, o teleférico não está funcionando nos domingos.
Fonte: Jornal Extra, 18/03/2016

 

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