Linha 4 do Metrô do Rio: PF investiga propina

A Polícia Federal investiga na Operação Xepa, a 26ª da Lava Jato deflagrada nesta terça-feira, se houve pagamento de propina pela construção e operação da Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro, que deve ficar pronta neste ano e ligar Ipanema na Zona Sul à Barra da Tijuca na Zona Oeste da capital fluminense. O projeto faz parte das obras de infraestrutura que o Governo Federal, o Governo do Rio de Janeiro e a Prefeitura do Rio de Janeiro chamam de “legado” da Olimpíada de 2016.

A hipótese do pagamento de propina surgiu a partir da análise de planilhas e aplicativos internos utilizados pela Odebrecht em uma espécie de “contabilidade paralela”.  Investigadores identificaram menções a pagamentos de pelo menos R$ 500 mil . No sistema interno da Odebrecht, o pagamento era vinculado à linha 4 do Metrô do Rio.

Nos documentos obtidos pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, há identificação de desembolsos pelo menos entre setembro e novembro de 2014, durante período eleitoral. Mas os investigadores não conseguiram recuperar documentos de anos anteriores. O dinheiro deveria ser entregue em uma sala do conjunto comercial Le Monde, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

 

Durante as investigações da Operação Xepa, a Polícia Federal constatou que diversos funcionários do grupo Odebrecht solicitavam pagamentos em espécie ao Departamento de Operações Estruturas da Odebrecht, apelidado de “departamento da propina”, para repassá-los a emissários de governantes e funcionários públicos de todo o país.

Com base na documentação da Odebrecht, é possível saber que Olivia Vieira aparece como solicitante dos pagamentos para a linha 4 do Metrô do Rio. ÉPOCA apurou que Olívia é funcionária da Odebrecht e foi nomeada diretora da concessionária Rio Barra, que vai operar a valiosa linha 4 do Metrô do Rio.

Além de fazer parte do consórcio que vai faturar com a operação da Linha 4, a Odebrecht também  participa do consórcio Linha 4 Sul, que realiza as obras. Ou seja, a empreiteira ganha nas duas pontas do negócio.

A Polícia Federal ainda apura quem era “Proximus”, codinome atribuído ao beneficiário dos pagamentos pela Linha 4 do Metrô do Rio.

Nota: De acordo com reportagem do portal UOL, alguns nomes de políticos aparecem ao lado de apelidos. Eduardo Paes, por exemplo, é designado como “Nervosinho”. Já Sérgio Cabral, “Proximus”.

Fonte: Revista Época, 22/03/2016

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