Dez perguntas sobre o VLT

RIO – O VLT começará a circular a partir do próximo domingo, entre a Praça Mauá e o Aeroporto Santos Dumont. Do meio-dia às 15h, dois trens farão o percurso em intervalos de meia hora. E, da estreia do novo modal até 1º de julho, nos dias úteis, ninguém precisará ficar pendurado nos estribos, como nos velhos tempos: passageiros poderão viajar de graça. Os horários de funcionamento, assim como o trajeto até a Rodoviária Novo Rio, serão ampliados a cada semana, em oito etapas. De acordo com o planejamento da prefeitura, em agosto, durante os Jogos, a primeira linha funcionará das 6h à meia-noite, inclusive nos fins de semana, com oito VLTs, que circularão em intervalos de 15 minutos.

Como comprar a passagem?

Nas primeiras quatro semanas de operação, os passageiros poderão andar de VLT gratuitamente. No dia 1º de julho, começará a cobrança da passagem. Em cada uma das estações, haverá máquinas para aquisição do Bilhete Único Carioca, Bilhete Único Intermunicipal e cartão VLT, únicas formas de pagamento. Pelos equipamentos no lado de fora das estações, serão aceitos dinheiro e cartão de débito. Dentro do VLT, de forma voluntária, os passageiros terão que validar o cartão em máquinas semelhantes às já existentes nos ônibus municipais. Não haverá roletas, mas fiscais e guardas municipais vão monitorar o pagamento e poderão intervir em quem tentar burlar o sistema de validação.

Qual será o valor da tarifa?

A tarifa custará R$ 3,80, o mesmo valor dos ônibus municipais, que serão integrados ao novo sistema. Pelo Bilhete Único Carioca, será possível fazer duas viagens ao custo de uma só. Caso o VLT seja usado numa terceira viagem, o passageiro pagará mais R$ 2,10. A integração tarifária com trens, metrô e barcas ainda está sendo negociada pela Secretaria estadual de Transportes.

Como será feita a fiscalização?

A fiscalização será feita por meio de agentes da concessionária que circularão uniformizados nos trens, junto a equipes da Guarda Municipal. A fiscalização se dará por amostragem, com um equipamento similar a máquinas de cartão de crédito que indicará se a validação foi ou não realizada no VLT.

Os trilhos podem dar choque?

O sistema de alimentação elétrica do VLT é dotado de um mecanismo de segurança que impede que o trilho condutor de energia permaneça energizado fora da área de captação de energia do trem, eliminando o risco de choque elétrico mesmo em caso de trilhos molhados. O abastecimento de energia será feito pelo sistema APS (alimentação pelo solo), que é uma espécie de terceiro trilho, já implantado com sucesso em diversas cidades europeias. Na prática, trata-se de um princípio de alimentação de energia pelo solo combinado com um supercapacitor (uma fonte de energia embarcada).

O que acontece se faltar luz?

O sistema de alimentação é conectado a dois pontos de fornecimento da concessionária de energia elétrica. Em caso de falha de um dos dois, o circuito continuará sendo alimentado, mas de forma parcial – intervalos maiores, velocidades reduzidas ou operação somente em alguns trechos das linhas. O Centro de Comando e Controle (CCO) do VLT faz o monitoramento permanente do sistema e será responsável pela avaliação técnica, tomada de decisão e controle do sistema.

O VLT vai parar em sinais, como os carros?

O VLT vai dispor de sinalização própria, com prioridade de circulação e alinhada à semaforização de veículos e pedestres.

E o trânsito nos cruzamentos?

Para garantir a segurança enquanto a população se acostuma a conviver com o VLT, operadores de trânsito vão auxiliar a operação nos cruzamentos para garantir a fluidez tanto ao VLT quanto ao trânsito.

Se chover, o VLT vai diminuir a velocidade?

A chuva não interfere na circulação do veículo, pois ele opera com baixas velocidades. Existe o controle absoluto para evitar escorregamentos, mesmo com trilhos molhados. Caso as chuvas torrenciais provoquem alagamento momentâneo em determinadas áreas de circulação do VLT, o sistema de energia será desligado por segurança. Isso irá provocar a paralisação do veículo nas áreas afetadas.

E se alguém passar na frente do VLT

Em caso de obstrução na via por pessoas ou objetos, o condutor irá imediatamente interromper o percurso e entrar em contato com o Centro de Comando e Controle (CCO) para avaliar se a questão pode ser resolvida diretamente ou se haverá necessidade de alguma intervenção.

Em caso de acidentes, o que deverá ser feito?

O VLT conta com equipe e procedimentos específicos para situações de emergência, com profissionais prontos para atendimento a partir de pontos estratégicos do trajeto. Em caso de incidente, há a possibilidade de reboque por outra composição vazia do VLT até o ponto adequado para a manutenção. Outra alternativa é o veículo de reboque, com condições de circulação tanto pelos trilhos quanto pelas ruas, para transportar a composição até o local de reparo.

Fonte: O Globo, 16/05/2016

 

 

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