Editorial do informativo da AFPF

Passados quase três anos, a ANTT finalmente revogou parte da nefasta Resolução 4131/2013, que era uma sentença de morte para antigos trechos ferroviários – ainda com trilhos – das malhas das antigas E. F. Leopoldina e Rede Mineira de Viação.

resolução 5101 2016

Para quem não sabia, a 4131/2013 autoriza a Concessionária FCA-Ferrovia Centro Atlântica S.A., a proceder à desativação e devolução de quase 4.000km de trechos ferroviários antieconômicos(??) e, inclusive, os economicamente viáveis (?), a saber:

TRECHOS ANTIECONÔMICOS TOTAL/KM STATUS ATUAL
1.Paripe (BA)  8,3 Tráfego paralisado
2.Ramal do Porto de Salvador (BA) 1,2 Tráfego paralisado
  1. Sabará (MG)
92,0 Tráfego paralisado
  1. Barão de Camargos (MG) Lafaiete Bandeira (MG)
338,4 Tráfego paralisado/trilhos roubados
5.Biagípolis (SP) – Itaú (MG) 129,0 Tráfego paralisado
6.Ribeirão Preto (SP) – Passagem(SP 62,3 Tráfego paralisado
7.Cavaru (RJ) – Ambaí (RJ).

 

111,9 Inoperante desde 1996
  743,0

 

TRECHOS ECONOMICAMENTE VIÁVEIS TOTAL STATUS ATUAL
  1. Alagoinhas (BA) – Juazeiro (BA);
445,5 Tráfego com pouca densidade
  1. Alagoinhas (BA) – Propriá (SE);
428,0 Tráfego com pouca densidade
  1. Cachoeiro de Itapemirim (ES) – Vitória (ES);
155,5 Tráfego com pouca densidade
  1. Barão de Angra (RJ) – Campos   (RJ) – Cachoeiro do Itapemirim (ES)+ Recreio – Cataguazes (MG
517,3 Até 2015 somente 180 km estavam operacionais entre Barão de Angra e B. de Camargos
  1. Visconde de Itaboraí (RJ) – Campos (RJ)
241,7
  1. Corinto (MG)   – Alagoinhas (BA).
1.459,0
3.247,0

 

O Contrato de Concessão, firmado com a FCA estabelece no item XIV da cláusula 9.1 que é obrigação da Concessionária “zelar pela integridade dos bens vinculados à Concessão mantendo em perfeitas condições de funcionamento e conservação”.

Pois bem, é de amplo conhecimento que muitos desses trechos estão abandonados à própria sorte há muito tempo e grande parte dos trilhos (leia-se Patrimônio do Povo Brasileiro) foram arrancados por “amigos do alheio”, além do que, muitas antigas estações estão completamente destruídas.

Fonte: Editorial extraído do Informativo Associação Fluminense de Preservação Ferroviária – AFPF de julho de 2016

Por: Antônio Pastori, Economista e ferroviarista

 

 

 

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