O governo deverá anunciar a data em que será leiloada a concessão da Ferrogrão, uma ferrovia de 1.142 km que correrá paralela à BR-163, no trecho entre Sinop, na região produtora de grãos do Mato Grosso, e o porto fluvial de Miritituba (PA). É nesse percurso, crítico para a exportação de soja e milho, que caminhões estão parados há mais de uma semana por falta de condições de tráfego na pista, que não é asfaltada.
“É a solução definitiva”, disse o presidente da estruturadora Estação da Luz Participações (EDLP), Guilherme Quintella. Ele foi responsável pelos estudos técnicos para a construção da linha férrea que servirão de base para a elaboração do edital do leilão. “A Ferrogrão consolida, de forma definitiva, a competitividade da produção do Mato Grosso”, disse o consultor.
A ferrovia está na carteira do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), mas é uma iniciativa das próprias tradings. Elas elaboraram o projeto e o apresentaram ao governo em 2014, informando estarem dispostas a investir em sua construção. São sócias nesse projeto: Amaggi, ADM, Bunge, Cargill, Dreyfus e a EDLP. A estimativa é que a linha custará R$ 12,6 bilhões.
Embora tenham elaborado o estudo e sejam as principais interessadas, não é certo que elas serão as responsáveis pela ferrovia. Por ser uma concessão do governo, o projeto será objeto de um leilão do qual poderão participar outras empresas interessadas. Ganhará a que oferecer maior taxa de outorga.
Quando estiver pronta, a Ferrogrão absorverá toda a carga naquele eixo, apontam os estudos técnicos. Ela deverá reduzir o custo do frete de US$ 120,00 por tonelada para US$ 80,00 por tonelada. Mas a construção da linha levará cinco anos.
Fonte: Estadão: 04/03/2017
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