São Paulo – As Estações Alto da Boa Vista, Borba Gato e Brooklin, da Linha 5-Lilás do Metrô, na zona sul da capital paulista, serão abertas ao público nesta quarta-feira, 6, com operação assistida. As paradas vão funcionar das 10 às 15 horas e, por enquanto, não terão nenhuma cobrança de tarifa.
A inauguração é a primeira na rede metroviária em três anos – a última estação aberta havia sido a Fradique Coutinho, em Pinheiros, zona oeste, da Linha 4-Amarela. A rede local passa a ter agora 84,2 quilômetros.
O secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, afirma que alguns detalhes das obras ficarão para depois da abertura.
O destaque, para o passageiro, é um dos acessos à Estação Borba Gato, pela Rua Adolfo Pinheiro, que começa sem os elevadores. “Devem ser instalados antes do início da operação comercial”, afirma. Não há data para o início do funcionamento com horário ampliado.
Outro ponto é a falta das chamadas portas de plataforma – as barreiras de vidro entre o vão dos trilhos e o piso. Essas ainda não têm prazo para ficar prontas. O Metrô afirma que a Bombardier, a fabricante canadense de trens contratada para fornecer esses equipamentos, não cumpriu os contratos.
A empresa, ainda de acordo com a companhia, foi multada em R$ 37,3 milhões. A reportagem não conseguiu contato com a Bombardier para comentar os atrasos.
Acesso
O usuário que decidir conhecer os novos locais poderá embarcar gratuitamente em qualquer uma das novas paradas e circular, pelos trens, por elas. Mas apenas até a Estação Adolfo Pinheiro – a última em operação comum da rede.
Ali, os passageiros terão de desembarcar e serão orientados por placas e pelos funcionários sobre como proceder para chegar à área paga da rede – a Linha 5-Lilás é conectada com a Linha 9-Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que, por sua vez, dá acesso à Linha 4-Amarela e, assim, ao centro da cidade.
As novas estações fazem parte de uma série de inaugurações programadas para este ano: há seis novas em obras na Linha 5-Lilás. Uma das vantagens do novo ramal, segundo a gestão Geraldo Alckmin (PSDB), é justamente reduzir o número de conexões que o morador da zona sul tem de fazer para alcançar a região central da cidade, onde está a maioria dos empregos.
A nova linha, porém, tem sete estações previstas. A Estação Campo Belo será “pulada” e só deve ser aberta no ano que vem. “Tivemos dificuldade com uma das desapropriações, que atrasou no Tribunal de Justiça”, afirma o secretário Pelissioni.
As estações abertas nesta quarta também tinham previsão de inauguração mês passado, mas houve serviços de acabamento que não ficaram prontos – a linha era prometida para 2014 e chegou a ficar paralisada por ordem da Justiça, por causa de suspeitas de atuação de cartéis tanto de empresas de engenharia quanto de trens.
Até o ano que vem, eleitoral, a gestão Alckmin deve entregar 21 estações. Fora as sete paradas da Linha 5-Lilás, na zona sul, há três na Linha 4-Amarela (Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire e Morumbi), além de oito estações da Linha 15-Prata, o monotrilho da zona leste, ao longo da Avenida Professor Luís Ignácio de Anhaia Mello, e três na Linha 13-Jade, da CPTM, que fará a conexão por trilhos entre a capital e o Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.
Entretanto, Alckmin terminará o mandato sem cumprir algumas promessas: o monotrilho da Linha 17-Ouro, na zona sul, ao longo da Avenida Jornalista Roberto Marinho, e a Estação Vila Sônia, da Linha 4-Amarela, ficarão para 2019.
Funcionários
As estações abertas nesta quarta deverão ser operadas, até o fim do ano, pela iniciativa privada. A Linha 5-Lilás é alvo de um programa de concessão tocado pelo Metrô que deve escolher um parceiro privado para explorá-la.
Uma das vantagens do modelo seria a possibilidade de contratar mais pessoal para a linha, liberando metroviários para os demais ramais (as Linhas 1, 2 e 3, uma vez que a Linha 4 já é privatizada).
O sindicato dos funcionários da empresa, contrário ao programa de concessão, marcou protesto para esta quarta, na hora da abertura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Exame, 06/09/2017
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