Quase 600 quilômetros separam São Paulo de Belo Horizonte. Em média, a viagem de carro demora de sete a oito horas. Mas graças a uma invenção do bilionário sul-africano Elon Musk, até 2020 o trajeto pode passar a levar cerca de 30 minutos: uma espécie de trem supersônico, o Hyperloop promete aliar velocidade com eficiência energética para cobrir deslocamentos de longa distância.
Para conquistar esse feito, o transporte não fica nem tão na terra nem tão no ar. O Hyperloop “levita” durante o caminho todo, desde a saída da estação até o destino final. Seus vagões correm por meio de um sistema magnético, que fica dentro de um túnel e cria uma dinâmica a vácuo capaz de atingir a velocidade de até 1,2 mil quilômetros por hora, sem qualquer perda de energia.
Por enquanto, essa tecnologia não está disponível para meros mortais. Presidente da Hyperloop Transportation Technologies, empresa que decidiu tirar a ideia de Musk do papel, o italiano Bipop Gresta afirmou que oferecerá o Hyperloop para transporte de cargas — atualmente, o sistema de logística do Brasil depende fundamentalmente das rodovias.
Em conjunto com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Gresta deseja abrir um centro de pesquisa e desenvolvimento no país até o fim de 2018, com custo aproximado de US$ 10 milhões. “Queremos fazer uma parceria público-privada, com incentivos fiscais. Em troca, será feita transferência de tecnologia para produzirmos quase todos os componentes”, conta Guto Ferreira, presidente da ABDI. A instalação das linhas ficará por conta da Hyperloop. “Até 2020, já teremos esses trens”, diz Ferreira.
Dubai e Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, anunciaram que construirão o sistema supersônico para transporte de passageiros, com inauguração prevista para 2020. O trajeto entre as duas cidades, de cerca de 150 quilômetros, levaria 12 minutos para ser percorrido. Uau!
Fonte: Revista Galileu, 06/11/2017