Setor metroferroviário apresenta queda

O Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviário (SIMEFRE) promoveu um seminário e a confraternização de fim de ano com a sua diretoria e executivos do setor metroferroviário, ônibus, de implementos rodoviários, veículos de duas rodas.

O encontro apresentou o desempenho e o resultado econômico da indústria e as perspectivas para 2018. Setor metroferroviário – Os números apresentados pela indústria ferroviária mostram uma expressiva queda, algo em torno de 30%. De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER), Vicente Abate, deverão ser entregues 2.900 vagões de carga, 400 deles antecipados de 2018 (contra 3.903 em 2016), 81 locomotivas (contra 109 em 2016) e 310 carros de passageiros (contra 473 em 2016). Destes 88 serão exportados para a Argentina, Chile e África do Sul. Nenhuma nova encomenda de carros de passageiros em 2017.

Houve apenas uma concorrência no Brasil, de 8 trens para a Linha 13 da CPTM (Aeroporto de Guarulhos), mas foi vencida por um fabricante chinês. Abate se posiciona de maneira crítica a esse cenário e, em defesa da indústria nacional, afirma não será um bom cartão de visita para os turistas chegarem a São Paulo por Guarulhos e utilizarem os trens e verem que são de fabricação chinesas. O faturamento total do setor neste ano deverá ser inferior ao de 2016, que atingiu R$ 6,6 bilhões, depois de dez anos contínuos de crescimento.

“Diante deste quadro, os fabricantes de carros tiveram que reduzir significativamente sua mão de obra, cuja redução só não foi mais dramática devido as exportações em curso e à execução de serviços de modernização de trens e fabricação de carros remanescentes de contratos nacionais que se encerrarão em 2018”, afirma Luiz Fernando Ferrari, vice-presidente do SIMEFRE.

O Trem Intercidades São Paulo-Americana também foi pauta da palestra de Ferrari. Para o especialista o projeto não é “um desejo só do setor metroferroviário, mas também de outros setores”, até o rodoviário, pois é preciso haver escoamento no trecho. Como perspectiva para os próximos anos destacou projetos que gerarão importantes encomendas para a indústria brasileira a retomada das obras da Linha 6 e o possível início das obras da Linha 18, ambas da CPTM, o lançamento do trem intercidades no trecho mencionado anteriormente e de uma possível licitação do Trem Goiânia a Brasília.

Sobre a visão da prefeitura de São Paulo para os próximos anos, bem como os projetos envolvendo corredores de ônibus, Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), ciclovias e motovias, o Secretário Municipal de Mobilidade e Transporte, Sérgio Avelleda, destacou a necessidade de priorizar o transporte público e que este tem que ser analisado como indutor do desenvolvimento e também reforçou a importância das parcerias.

“A nossa gestão acredita profundamente na parceria com o setor privado”, disse. Sobre o VLT, Avelleda afirmou que “não imagina que a prefeitura terá recursos nos próximos meses para propostas” e pediu a criatividade da indústria para ajudar na viabilidade, tanto do investimento quanto da operação e pediu para enviarem propostas consistentes para projetos de VLT em São Paulo, mas com funding junto (diz respeito a captação de recursos para investimento).

O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB/RS), também foi destaque do encontro e aproveitou para falar um pouco sobre as mudanças da legislação trabalhista, que estão valendo desde 11 de novembro. Nogueira disse aos empresários presentes que poderão contar com a segurança jurídica estabelecida pelas mudanças. Essa segurança, segundo ele, é um instrumento para o crescimento econômico, que permitirá a geração de mais empregos e, consequentemente, mais justiça social. “As pessoas precisam de dois endereços fundamentais: um para morar e outro para trabalhar”, afirmou o ministro.

Fonte: Revista Sobretrilhos, 12/12/2017

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