O assunto foi abordado pelo engenheiro Luiz Carlos Gabriel na sede da Associação no dia 28 de fevereiro. Gabriel disse que, depois das indústrias (36%), quem mais utiliza energia no Brasil são os transportes, que detém 30% do consumo e há uma preocupação quanto ao rendimento e qualidade dessa energia, pois existe desperdício quando o maquinário não é eficiente.
O palestrante apresentou várias fontes de energia e explicou de que forma funciona a cogeração.
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Por mais eficiente que seja um gerador termelétrico, a maior parte da energia contida no combustível usado para seu acionamento é transformada em calor e perdida para o meio-ambiente.
Trata-se de uma limitação física que independe do tipo de combustível (diesel, gás natural, carvão, etc.) ou do motor (a explosão, turbina a gás ou a vapor etc.). Por esta razão, no máximo 40% da energia do diesel usado em um gerador podem ser transformados em energia elétrica.
Como muitas indústrias e prédios comerciais necessitam de calor (vapor ou água quente), foi desenvolvida uma tecnologia denominada cogeração, em que o calor produzido na geração elétrica é usado no processo produtivo sob a forma de vapor.
A vantagem desta solução é que o consumidor economiza o combustível que necessitaria para produzir o calor do processo. A eficiência energética é desta forma, bem mais elevada, por tornar útil até 85% da energia do combustível.
Biomassa
É todo recurso renovável oriundo de matéria orgânica, de origem animal ou vegetal, que pode ser utilizada na produção de energia.
O engenheiro explicou também como funciona uma usina de biomassa movida pelos restos de cana-de-açúcar.
Geração hidráulica
Em seu ponto de vista, a crise hídrica, que teve seu clímax em 2013/14, veio para ficar. Reduziu o consumo e postergou a ruptura do ponto de desequilíbrio entre oferta e demanda. Ele defende que é preciso mudar a estratégia e voltar a construir hidrelétricas com grandes reservatórios.
Ele falou da usina de Belo Monte, no estado do Pará, onde há um declive de 85 metros ao longo de 160 km. Alertou que o baixo volume de água nos reservatórios em 2017 provocou um rombo de R$ 4,4 bilhões, devido ao acionamento das térmicas, que serão repassadas ao consumidor em 2018.
Em sua opinião, ainda há muito que se explorar em usinas hidroelétricas, pois 50 GW ainda estão inexplorados e 100 GW imobilizados em áreas indígenas e unidades de conservação.
Outras fontes de energia
Energia Solar
Produzem energia elétrica na forma de corrente contínua. Baseiam-se no efeito fotoelétrico, que permite a conversão dos raios do sol diretamente em eletricidade, pois quando os raios do sol incidem sobre a sua superfície receptora (silício) é criada uma diferença de potencial (ddp).
O palestrante informou que no Brasil há uma quantidade de insolação entre 6.000/7.000 kWh/M2, muito superior à Alemanha que é de 3.500 kWh/M2 e um dos maiores geradores de elétrica no mundo, tendo como fonte primária a energia solar ou fotovoltaica
Energia Eólica
Produzida a partir da força dos ventos e gerada por meio de aerogeradores. Neles, a força do vento é captada por hélices ligadas a uma turbina que aciona um gerador elétrico.
Impactos Ambientais – Alteração no microclima local e impacto de aves nas hélices
Energia Nuclear
É a energia liberada numa reação nuclear, ou seja, em processos de transformação de núcleos atômicos. Alguns isótopos de certos elementos apresentam a capacidade de se transformar em outros isótopos ou elementos através de reações nucleares, emitindo energia durante esse processo.
O palestrante finalizou dizendo que o Brasil precisa avançar no crescimento econômico e gerar trabalho e renda. Para isso, entre outras medidas, é necessário investir em energias renováveis, (hidroelétricas, eólica, fotovoltaica e biomassa) e estimular a eficiência energética.
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