Artigo: Renovação das concessões, a retomada do setor ferroviário

As concessões ferroviárias brasileiras datam de mais de duas décadas. De lá para cá a malha passou por um longo processo de transformação. Apesar da estagnação que o setor viveu nos últimos anos, algumas concessionárias realizaram investimentos significativos, melhorando os seus desempenhos e elevando a produtividade nos principais corredores do País.

O investimento e a tecnologia ainda estão aquém do necessário para que o modal ferroviário desempenhe o seu papel na logística brasileira, mas esse cenário mostra-se promissor. No ano passado, as operadoras ferroviárias iniciaram os processos individuais de prorrogação antecipada dos contratos de concessão. Dentro das negociações com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) estão consideráveis volumes de investimentos, que prometem elevar as ferrovias brasileiras a um novo patamar de desenvolvimento e alavancar a cadeia de suprimentos deste setor.

Juntamente com as prorrogações, veremos acender o “espírito animal” dos investidores nacionais e, sobretudo, internacionais. Há sobra de recursos no mundo e para que haja interesse na aplicação deles no Brasil é necessário que os operadores desenvolvam projetos e planos de investimentos atrativos para esses aportes. Projeto bom é projeto onde os investidores se debruçam. É isso que precisamos!

Uma potencial área de investimentos no Brasil está nas short lines, as linhas que possuem baixa densidade ou mesmo estão desativadas. Mas as short lines são viáveis no Brasil?

Segundo Jean Pejo, consultor e representante da ALAF no Brasil, a ocupação efetiva das vias ferroviárias é de menos de 50% da rede sob concessão, conforme vários estudos apresentados por especialistas do setor de transportes, de forma que existe oferta de infraestrutura para a operação das short lines. Essas linhas tem forte potencial para:

• Atender a demanda reprimida de indústrias que não tem acesso ao serviço ferroviário;
• Desenvolver a indústria local;
• Promover novos negócios regionais;
• Recuperar os entornos com valorização imobiliária e aumento de arrecadação para as prefeituras;
• Viabilizar o transporte regional de passageiros;
• Excluir problemas com desapropriações e aprovações ambientais, o que agiliza o processo de reutilização da infraestrutura ferroviária;
• Promover em curto e médio prazo atividades para toda a indústria ferroviária, desde os trabalhos de projetistas, construtoras e provedores de equipamentos.

Para que esse processo seja efetivado e as short lines desenvolvidas no Brasil, o consultor Jean Pejo destaca que são necessárias ações institucionais e normativas que definam como operacionalizar as short lines e as condições específicas que viabilizem a atratividade do negócio e segurança jurídica na relação com as atuais concessionárias.

Para que haja o melhor aproveitamento dessas linhas é necessário o desenvolvimento de estudos de viabilidade levando em conta todos os aspectos de um negócio como esse. E desta formar despertar o interesse dos investidores, que podem ser os investidores puros, os atuais concessionários, clientes das ferrovias e novos grupos.

E a Hidremec, fabricante de dormente metálico, está preparada para atender essa demanda. Os dormentes da empresa estão presentes nos principais corredores ferroviários do Brasil e fazem parte de mais de 1.500 quilômetros de vias renovadas.

O dormente metálico terá uma enorme aceitação nas short lines. Por ser mais leve que os demais tipos de dormente, o dormente metálico se impõe nos projetos de recuperação das linhas férreas existentes e poderá ser o protagonista nas short lines, trazendo para o Brasil um conceito de ferrovia que já é consagrado nos diferentes continentes.

Carlos Alberto Andrade Pinto é presidente da Hidremec, fabricante de dormentes de aço

Este artigo encontra-se no Jornal Aenfer, edição 178 que está disponível em formato eletrônico

http://localhost:8888/ferrovias/jornalaenfer/

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