Um dos efeitos colaterais do progresso é o impacto que muitas vezes ocorre sobre os habitats naturais de animais silvestres, no entorno de obras de expansão em grandes centros urbanos como São Paulo. Como consequência, não é raro encontrar animais feridos ou perdidos nessas localidades.
Um exemplo desse ‘conflito de interesses’ pode ser percebido nas obras da implantação da Linha 13-Jade da CPTM.
Para tentar minimizar os impactos sobre a fauna local e garantir o bem-estar dos animais, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos criou o programa de “Resgate e Translocação de Fauna Silvestre”.
O trabalho é desenvolvido por uma equipe de profissionais veterinários e biólogos autorizados pelo Departamento de Fauna, da Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais – DeFau/CBRN, órgão ambiental ligado ao Sistema Integrado de Gestão Ambiental da Fauna de São Paulo (GEFAU).
Graças ao programa, em quase quatro anos mais de 5 mil animais foram resgatados ao longo dos trechos de obras da Linha 13-Jade, que ligará a capital paulista ao aeroporto Internacional de Guarulhos, e será inaugurada em breve.
A iniciativa promove ações de afugentamento da fauna na região em que as obras estão sendo executadas, além de resgate dos animais que se escondem e tentam permanecer nas áreas em construção.
Pássaros, gambás e lagartos, entre outras espécies, quando são encontrados feridos são encaminhados ao CRAS (Centro de Recuperação de Animais Silvestres), localizado no Parque Ecológico do Tietê (PET). Já os animais saudáveis são transportados para o DeFau (Departamento de Fauna – Centro de Manejo de Fauna Silvestre), que mapeia os dados biométricos (espécie, sexo, peso, etc) e os levam para áreas seguras do PET.
Dentre os animais resgatados estão espécies de Capivara, Gambá-de-orelha-preta, Teiú-comum, Sábia-barranco, Bem-te-vi-do-gado, Coruja-buraqueira, Socó-dorminhoco, Rolinha-roxa e Cardeal-do-nordeste.
De abril de 2014 até janeiro de 2018, foram encontrados 5.571 bichos. Desse total, 3,2% foram levados para o CRAS e passaram por processo de triagem, cuidados médicos e alimentares, até serem reabilitados para a vida selvagem.
Após passarem pelo atendimento em campo feito pelas equipes veterinárias e terem seus dados biométricos coletados, cerca de 5,7% foram translocados para áreas de soltura do PET. Os demais animais que não necessitaram de resgate foram afastados das áreas de risco.
Fonte: Governo do Estado de SP, 06/03/2018