O ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles informou que quer liberar ferrovia em áreas protegidas.
O ministro também afirmou não irá se comprometer com novas metas de redução de emissões junto à ONU.
Leia alguns trechos:
Especialistas manifestaram preocupação com o fim da secretaria de mudanças climáticas, afinal o Ministério do Meio Ambiente sempre centralizou essas ações.
Nós precisamos sair do campo das generalidades e entrar nas demandas específicas. Por exemplo as INDC (esforço nacional para reduzir emissões feito junto à ONU), nós já nos comprometemos com as nossas metas, nossas metas estão postas. A informação será aqui centralizada. (O que a gente tem que fazer) é pegar talvez esse volume de lição de casa feita, todo esse exemplo para o mundo e fazer um esforço de conversão de tudo isso em vantagens tangíveis para a população brasileira.
(…)
Que tipo de atividade o senhor acha que pode ter em unidade de conservação?
Você pode ter ferrovia passando em unidade de conservação e a compensação econômica por essa ferrovia ser o recurso necessário para cuidar dos outros. Você pode ter uma linha de transmissão numa unidade de conservação e o royalty que ela vai pagar para passar ali ser justamente o recurso, e às vezes até o Know How, porque você pode embutir monitoramento por sistema de câmera, por satélite, por drone, etc. Em vez de olhar o gerador de atividade econômica como inimigo, você pode olhar como um parceiro. É essa dicotomia entre desenvolvimento e meio ambiente que tem matado as unidades de conservação. Elas não estão alheias ao processo econômico, quando você fecha os olhos para a realidade das pessoas você abre espaço para mineração ilegal, etc.
Que outras atividades econômicas poderiam acontecer nessas áreas protegidas?
Tem que ser realista, ordenar. Falar: “aqui não entra ninguém, nada”, não é realista. Primeiro ter nas unidades de conservação turismo de verdade, e não dizer que recebe e não ter nenhuma estrutura. Ter um corpo eficiente de monitores, guarda-parque, tem que receber bem o turista e cobrar por isso. Dependendo do nível de proteção você pode haver o manejo extrativista.
(…)
O senhor vai reclassificar o grau de restrição das unidades de conservação?
Nós precisamos olhar isso sem preconceito, sem escolher modelos pré-concebidos. Tem que olhar caso a caso. Espero que a gente consiga fazer, porque tem tanta coisa para fazer, que você não pode eleger tudo como prioridade.
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