Crivella inaugura Linha 3 do VLT

RIO – Sete meses após chamar o sistema VLT de “porcaria” por causa dos custos mensais de subsídios, o prefeito Marcelo Crivella fez vários elogios ao participar, na manhã deste sábado, da inauguração da Linha 3 do modal, que liga a Central do Brasil ao Aeroporto Santos Dumont passando pelas avenidas Marechal Floriano e Rio Branco, no Centro. O prefeito fez o desabafo alegando que estimativas mostravam que o município teria que investir R$ 18 milhões mensais no sistema para cobrir o déficit de passageiros estabelecido em contrato.

Na manhã deste sábado (26), no entanto, Crivella não só deu um passeio inaugural num VLT da Linha 3 como teceu elogios ao presidente do modal, Márcio Hannas. Decreto assinado pelo prefeito no dia 15 estabelece um ajuste entre o movimento diário de passageiros inicialmente esperado e a quantidade real registrada.

— Ele (Márcio Hannas) foi fundamental nessa negociação. Pelo contrato original nós teríamos que pagar nesse momento umas 120 mil passagens diariamente para cobrir aquilo que foi previsto lá atrás, uma demanda de 260 mil passageiros. Cento e vinte mil passagens por dia a R$ 3,80 cada uma seriam R$ 500 mil por dia. R$ 180 milhões no final de um ano. Nós tivemos uma longa conversa, foram meses de discussão para que a gente pudesse mostrar a eles que o Rio de Janeiro em crise não tem condições de atender a essa demanda. E, ao final, eles concordaram conosco. Tanto que o Rio não vai pagar nenhuma passagem adicional neste primeiro momento — comentou Crivella.

O próprio Hannas reconheceu que as primeiras estimativas foram muito além da realidade de hoje.

– Duzentos e sessenta mil passageiros foi uma previsão feita num momento em que a economia estava num crescente. Hoje, a única certeza de previsão é que ela vai estar errada. E não significa dizer que foi um erro de partida. Foi um cenário construído que tinha uma série de premissas que não aconteceram. Uma delas foi a reorganização do próprio transporte aqui no Centro, o que ainda não foi feito e está agora na discussão do grupo de trabalho formado para a gente discutir. Outra premissa que existia era o desenvolvimento da região portuária. Naquela época se achava que a região portuária estaria muito mais populada por empresas, por moradias. Isso também não aconteceu na velocidade que estava prevista lá atrás. Se as premissas de há seis anos estivessem acontecendo a gente estaria nessa demanda. Não dá para dizer que foi um erro. Foi uma previsão com suas imperfeições – ponderou.

Fonte: O Globo, 26/10/2018

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