Após semanas de medidas rigorosas de isolamento devido à pandemia do COVID-19, as cidades estão voltando a se mover. A dinâmica de deslocamentos em meio à nova realidade tornou o transporte público um dos setores mais afetados pela crise. O cenário exigiu uma série de medidas imediatas de readaptação, que estimulam a reflexão: o quão resilientes são os nossos sistemas públicos de transporte?
O termo resiliência está associado à capacidade de enfrentar e superar situações adversas. Os sistemas de mobilidade urbana estão constantemente expostos a condições extremas, como pandemias, desastres naturais, vandalismo, ataques terroristas e cibernéticos, entre outros. No atual contexto surgem desafios não triviais com medidas sanitárias, queda brutal da demanda, adaptação dos serviços e questões de viabilidade econômico-financeira.
E daqui em diante? Certamente novas tecnologias, como inteligência artificial, IoT (internet das coisas) e biometria avançada, terão um papel ainda mais relevante. Novas funcionalidades, como o ajuste automático da capacidade das linhas, barreiras inteligentes para controle de aglomerações e aplicativos de informação para uma melhor distribuição dos passageiros ao longo do dia, devem ganhar prioridade no planejamento do transporte público.
Quando vencermos a atual batalha contra a pandemia, permanecerá a necessidade de tornar as nossas cidades mais adaptáveis e preparadas contra crises futuras. As lições aprendidas com a surpreendente adversidade do novo coronavírus devem levar à reformulação de diversos conceitos e diretrizes. O certo é que continuaremos buscando sempre maior eficiência, segurança e sustentabilidade para os sistemas de mobilidade urbana, minimizando impactos negativos e promovendo a qualidade de vida das pessoas.
Fonte: Abifer, 24/06/2020
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