O nascer (é vir a luz, surgir) e o renascer (novo impulso) de ferrovias no Brasil é atravessar séculos. A primeira Estrada de Ferro nasceu em 30 de abril de 1854 e teve o DNA do empreendedor-ferroviarista, Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, recentemente elevado a Visconde de Mauá, mui merecidamente. Neste ano, abril próximo, completaremos 167 anos, tendo como cognitivo o verbo nascer, neste tema.
A partir daquele século, outras ferrovias foram nascendo na esfera federal e a reboque, na estadual. Até 1997, tínhamos 22 Estradas de Ferro autônomas, que, fusionadas pela Lei 3.115/57, deram origem a nascer da Rede Ferroviária Federal S.-RFFSA, em 30 de setembro de 1997, constituindo-se na maior estatal brasileira de transporte sobre trilhos. Seria, assim, o renascer dessas unidades numa outra figuração de renascer do aglomerado de bitolas diversas, um dos maiores erros dos governos de então.
A heterogeneidade de medidas intertrilhos dificultou sobremaneira um programa homogêneo econônomico-finaneiro do governo na aquisição de frotas de locomotivas e de outros veículos ferroviários, segundo opinião técnica do corpo de engenheiros da empresa, relativamente, a aquisição de insumos e de peças sobressalentes.
Até a chegada da internet que revolucionou os registros do passado das ferrovias, muito prosperou o registro dos acontecimentos da memória fotográfica até o surgimento de uma outra fase, a da fotografia.
Modernamente, com a tecnologia eletrônica (computadores, celulares e outros instrumentos sofisticados de comunicação, oportunizam que desfrutemos de vídeos sobre o que ocorreu em matéria de transportes por sobre trilhos (via permanente), veículos ferroviários, composição de trens carga-passageiros nas diversas bitolas, oficinas industriais, instrumentos de instalações etc.
Nesta ordem pode-se curtir, ver-se a circulação de trens tracionados por locomotivas a vapor, a famosa maria fumaça, diesel e diesel elétrica. Ao anunciar a chegada às estações, ouvia-se o apito choroso e romântico da “voz da Maria Fumaça.” Mais recentemente passou-se a ouvir a buzina de equipamento mais moderno, mas que não tem o apelo histórico da locomotiva a vapor.
A partir de 1990, iniciou-se o ciclo de concessões-privatizações da extinta RFFSA, nascida de suas “filhas primogênitas”, cada qual com a sua história regional por este Brasil afora.
Os trens de passageiros, na versão Maria Fumaça deram ensejo a namoros, casamentos, amizades e a aproximação social, “no tempo e no espaço”. É mentira, Terta?
Nesta década, a comunidade mundial está num sofrimento atroz, com a pandemia, mas nutre o sentimento de esperança de que vamos superar este quadro de mortes com a graça e a proteção de Deus.
Aqui no Brasil, os 210 milhões de irmãos esperam sair desta tormenta, com a expectativa de que as vacinas vão chegar e em quantidade suficiente para imunizar todo o Brasil, evitando, assim mais óbitos.
Apesar de que, o momento é que, em 2022 teremos o nascer e renascer, ou seja, novas construções de ferrovias e a revitalização de trechos abandonados pelos governos passados e não lembrados pelo atual.
O presidente Jair Bolsonaro vem anunciando novas mudanças em seu “staff.” Esperamos que não haja mudança do Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, que na opinião da classe ferroviária, ao defender que os investimentos no modo ferroviário, tão desdenhado nesses últimos anos será revitalizado com o nascer de novas ferrovias e o renascer dos trechos abandonados.
O Brasil precisa de ferrovias como o sangue de oxigênio e a tarefa que verga por sobre os ombros do presidente Bolsonaro é construir ferrovias e recuperar trechos de linhas para o Brasil, pós-pandemia e finquemos o pé no nascer e renascer, a fim de que este país alavanque o progresso e o desenvolvimento, no tempo e no espaço, sem embargos.
Autor: Genésio Pereira dos Santos, conselheiro da Aenfer, advogado, jornalista e escritor