Com a perspectiva de aumento da safra e o impacto de condições adversas de produção, como a estiagem, o peso do transporte é fator ainda mais crucial para o setor agrícola, que se manteve com desempenho forte mesmo durante o auge da crise causada pela pandemia.
Estudo da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) estima que, se houvesse trens disponíveis para levar commodities importantes, como milho e soja, dos estados produtores do Centro-Oeste aos portos e a outras regiões consumidoras, os custos com transportes seriam reduzidos entre 40% e 50%.
Esse percentual foi calculado a partir da simulação do milho que sai do Mato Grosso e viaja 2 mil km até o Nordeste pelas rodovias brasileiras. Se o produto saísse do estado pela BR-163, passasse pela Ferrogrão — cujo processo preparatório para o leilão está suspenso na Justiça — pelo Rio Amazonas e seguisse para o Nordeste por cabotagem, os custos cairiam à metade.
— Enquanto um caminhão transporta 35 a 40 toneladas de soja e milho em rodovias por 1 mil, 2 mil quilômetros, um trem com 86 vagões carregaria o equivalente a 170 caminhões — ilustra Elisângela Pereira.