Após desistência de concessionária, Cláudio Castro diz que RJ vai ‘partir para um novo modelo de concessão’
O governador Cláudio Castro manifestou-se no final da tarde desta quinta-feira (27) sobre a desistência da empresa japonesa Mitsui na gestão da concessão da Supervia.
Em nota, Castro afirmou que já sabia da intenção e que ela surgiu após cobranças de novos investimentos para melhorar o serviço de trens à população. Também disse que fez aportes para diminuir os prejuízos com a pandemia.
Por fim, afirmou que pretende mudar o modelo de concessão do serviço.
“Faremos uma transição transparente e tranquila, garantindo o funcionamento dos serviços até a escolha de uma nova empresa. Mas vamos partir para um novo modelo de concessão que atenda aos anseios e respeite o direito da população do estado”, diz um dos trechos do comunicado (veja a nota completa abaixo).
A desistência
A empresa japonesa Mitsui, que controla a Supervia, enviou um ofício à Secretaria Estadual de Transportes fluminense nesta quinta-feira (27) para comunicar que quer deixar a concessão dos trens urbanos na Região Metropolitana do Rio.
A Supervia tem a concessão da operação da malha ferroviária desde novembro de 1998, mas o grupo japonês está à frente desde 2019.
A companhia alega, entre outros motivos, a perda da receita com a pandemia, o prejuízo com o furto de cabos e o congelamento da tarifa.
CCR Barcas também desistiu
Esta é a segunda desistência de uma concessionária de transportes do RJ em menos de seis meses. Em novembro do ano passado, a CCR tinha avisado ao governo que encerraria as atividades em fevereiro deste ano.
No caso das barcas, o estado costurou um acordo que manterá a CCR na operação por até dois anos, até que o serviço seja novamente licitado. O novo entendimento prevê o reconhecimento de dívidas pelo estado e um calendário de pagamentos de indenizações para a concessionária.
Nota do Governo do Estado
“Recebi os executivos da Gumi, empresa japonesa concessionária da Supervia. Diante da cobrança do Governo do Estado por investimentos que melhorem os serviços à população, a empresa confirmou que desistiu de gerir o sistema de trens metropolitano.
Da nossa parte, foram feitos esforços para apoiar a concessionária na entrega de um serviço digno à população. Fizemos aporte de cerca de R$ 400 milhões, em 2022, para compensar perdas com a queda do número de passageiros.
A pandemia acabou e os serviços continuaram precários. Cobramos resultados e eles não vieram. A população do Rio seguiu enfrentando atrasos, desconforto, paralisações e até acidentes na malha ferroviária.
A Gumi faz parte do conglomerado Mitsui, um dos maiores do mundo. Porém, o problema está no modelo de concessão que não funciona.
Faremos uma transição transparente e tranquila, garantindo o funcionamento dos serviços até a escolha de uma nova empresa. Mas vamos partir para um novo modelo de concessão que atenda aos anseios e respeite o direito da população do estado.”
Foto: Diário do Rio
Fonte: G1, 28/04/2023