Projeto prevê levar linha férrea ao Porto do RJ

Durante o seminário Diálogos RJ, Gustavo Bambini, diretor de Relações Institucionais da MRS Logística — concessionária que opera trens de carga —, destacou uma série de investimentos que a empresa fará no Rio em troca da prorrogação da concessão por mais 30 anos a partir do término do atual contrato em 2026. O plano foi aprovado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) no ano passado. Um dos principais aportes será na modernização das operações de carga e descarga de minério de ferro para a exportação no Porto do Rio. A concessão da MRS é com o governo federal.

Atualmente, os trens da MRS não circulam por dentro do porto até as proximidades dos navios mercantes porque esse caminho asfaltado só pode ser feito por caminhões. O plano prevê uma aplicação de R$150 milhões em investimentos estruturais para que esse roteiro ganhe trilhos. A expectativa é que as intervenções sejam concluídas até o fim de 2027, dando mais agilidade e racionalidade ao processo. Um trem tem capacidade para transportar a mesma carga de 140 caminhões.

— Hoje, o trem para na área externa, num dos portões de Docas, no Caju, nas proximidades do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into). E a carga é transferida para o interior do terminal. A partir dali, caminhões têm que levar o minério até uma área de descarga por dentro da área alfandegada. A ideia é que todo esse procedimento seja por trilhos. Estamos na fase de detalhamento dos projetos. O que já podemos assegurar é que os galpões tombados serão mantidos — explicou Rosa Cassar, gerente-geral de Relações Institucionais da MRS.

A caminho do Porto: trem de carga da MRS passa sobre a Avenida Brasil — Foto: Divulgação

 

O programa de investimentos da empresa prevê ainda para os próximos anos a reformulação de passagens de nível em Pinheiral, Itaguaí, Nova Iguaçu, Belford Roxo, São João de Meriti e Mesquita, a fim de reduzir riscos de acidentes com pedestres e carros.

No seminário promovido pelo jornal O Globo, realizado nesta segunda-feira, autoridades públicas, empresários e especialistas tiveram oportunidade de debater os desafios dos modelos de concessões. Na avaliação dos convidados, a insegurança jurídica nos contratos de concessão é o principal obstáculo enfrentado hoje por governos e operadores, problema que impacta a prestação de serviços adequados à população, bem como a obtenção de novos investimentos em infraestrutura.

Na primeira mesa, sob o tema “Os desafios na operação de concessões vigentes no Rio”, estiveram o secretário estadual da Casa Civil, Nicola Miccione, assim como Alexandre Ferreira Nogueira, diretor de Regulação e Relacionamento Institucional da Light; a economista, advogada e sócia da Sergio Bermudes Advogados, Elena Landau; e Guilherme Ramalho, CEO e presidente do MetrôRio.

Com mediação do jornalista Ascânio Seleme, também estiveram presentes nesta edição do Diálogos RJ o diretor-presidente da CCR Barcas e ViaRio, João Daniel; Letícia Queiroz de Andrade, sócia fundadora do escritório QM e professora da PUC-SP; Gustavo Guerrante, presidente da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar); e Gustavo Bambini, diretor de Relações Institucionais da MRS. Eles debateram o tema “População, Estado, empresas: Como chegar no modelo ideal de concessões”.

Fonte: https://oglobo.globo.com, 30/08/2023

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