A obra inacabada do monotrilho de Poços de Caldas, no Sul de Minas, pode nunca cumprir o papel de servir como transporte coletivo para os moradores. Enquanto o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) tenta reativar o sistema, a prefeitura do município estuda demolir a estrutura se ela representar algum perigo para a população. Em 2003, dois pilares da estrutura desabaram “Estamos buscando fazer um laudo. Caso ele mostre que há riscos, tomaremos medidas jurídicas para a demolição”, informou o secretário municipal de Governo, Fernando Posso. Visionária para a época, a construção do monotrilho foi aprovada em 1981. Menos de 8 km dos 30 km previstos foram entregues em 2000. Porém, na viagem de inauguração, uma pane técnica interrompeu a estreia. Em 2003, dois pilares de aproximadamente 6 m de altura desabaram, dificultando que o monotrilho funcionasse a pleno vapor. “O laudo da perícia aponta que a prefeitura é a culpada pela queda dos pilares por causa de obras de desassoreamento do rio Lambari”, informou o promotor Emmanuel Levenhagen. Já o secretário de Governo disse que a queda aconteceu há mais de dez anos e que esse não é o motivo das obras estarem paradas até hoje. A empresa J. Ferreira Ltda. construiu o monotrilho e tem a concessão para operá-lo por 50 anos. A reportagem tentou contato com os proprietários, mas ninguém foi encontrado nos telefones da empresa. No escritório do advogado da companhia, José Cardilho, a reportagem foi informada que ele estava viajando.
A promotoria pretende propor um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a prefeitura e empresa. Segundo Levenhagen, a ideia é permitir que a empresa coloque o monotrilho para funcionar em parte do trajeto já construído. Isso vai possibilitar um estudo de viabilidade do projeto. Depois da experiência e caso o sistema se mostre viável, um acordo definitivo poderá ser feito. A prefeitura se dispôs a conversar com os promotores.
Fonte: Portal IG Minas Gerais, 01/10/2014