A um mês das Olimpíadas, o Rio de Janeiro acumula problemas de segurança e preocupa cariocas e turistas em relação à mobilidade urbana, já que a conclusão da linha 4 do metrô não está confirmada. Com o Estado falido, o governo decretou calamidade pública e socorro financeiro de R$ 2,9 bilhões da União. O dinheiro foi usado para acertar o pagamento dos servidores e aposentados, e também será investido na conclusão da obra do metrô.
Na segurança pública, a cidade acumula episódios que despertam preocupação internacional. No dia 29 de junho foi encontrado partes de um corpo no mar da praia de Copacabana, na zona sul carioca. No local, está instalada uma arena de vôlei de praia da competição. Nas vias expressas (linha Vermelha, linha Amarela e avenida Brasil) que cortam a cidade, moradores sofrem arrastões, assaltos e assassinatos.
Após uma atleta paralímpica australiana ser assaltada, no dia 21 de junho, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou que a cidade será segura durante o evento, por causa dos reforços que envolvem cerca de 85 mil policiais e soldados. Em 4 de maio, uma adolescente de 17 anos foi morta durante arrastão na linha Amarela. No último dia 27, a médica Gisele Palhares quando saía da Baixada Fluminense em direção à Barra da Tijuca, onde está localizado o Parque Olímpico. Ela foi abordada por criminosos na linha Vermelha e morreu com um tiro de pistola na cabeça.
No dia 30, dois contêineres com equipamentos de transmissão de TV pertencentes a duas emissoras da Alemanha, a ARD e a GDF,foram roubados na avenida Brasil e levados para um galpão na Baixada Fluminense. O equipamento será utilizado na transmissão dos Jogos.
Em relação à mobilidade urbana, o Rio também tem problemas. A estação Gávea, da linha 4, não será entregue a tempo dos Jogos e pode ser entregue até janeiro de 2018. Em nota, a secretaria explica que o prazo está previsto em contrato. O secretário de Transportes, Júlio Bueno, afirmou que o socorro financeiro da União vai garantir a inauguração da obra porque o Estado terá mais folga em seus recursos. O governo do Estado garante que o novo trecho do metrô estará pronto em 1º de agosto, a poucos dias da cerimônia de abertura no dia 5.
— A obra não parou quando não havia dinheiro e, agora, que o recurso federal chegou não há motivo para parar. As empresas nos cobram diariamente e nós vamos pagar esse valor. Com esse valor de R$ 2,9 bilhões para a segurança, o governador recalcula as finanças do Estado e distribui o que tem para a linha 4 do metrô.
Nesta segunda (4), a prefeitura inaugurou mais uma via na cidade. Durante a Olimpíada, a Transolímpica, de quase 26 km, estará disponível apenas para a chamada “família olímpica”, que inclui torcedores com ingressos. A rodovia, considerada um legado de infraestrutura para a cidade, só poderá ser usada pelo púbico geral depois da Olimpíada, a partir de 22 de agosto.
E a expectativa de que a Baía da Guanabara tivesse um sistema adequado de tratamento e descontaminação, foi “por água abaixo”. As águas da baía continuam com impurezas como bactérias, coliformes fecais e metais pesados, e trazem risco para os participantes. O ambientalista Sérgio Ricardo não acredita que a olimpíada deixará qualquer legado ambiental. Segundo ele, outras obras ambientais ficaram pelo caminho, mostrando um descaso com o tema.
— Não dá para considerar que exista um legado ambiental motivado pelos Jogos. Houve uma promessa do governo do Estado ao Comitê Olímpico Internacional [COI] de despoluir 80% da Baía de Guanabara, o que até os ecologistas e pescadores alertaram na época que era completamente irreal, uma espécie de propaganda enganosa. Sem mencionar o saneamento da própria Marina da Glória, que era um compromisso anterior aos Jogos e que está completamente atrasado, jogado de lado.
Apesar dos problemas, Paes afirma que a cidade está 100% pronta.
— Foi um conjunto muito grande de intervenções na cidade e agora estamos na faxina final. Os tapumes começaram a cair e vão cair até o último dia.
Fonte: R7, 06/07/2016
Pingback: lucabet