Quem mora na Baixada Fluminense e é usuário de trem terá de esperar quase dois anos para viajar em vagões com assentos confortáveis, câmeras de seguranças e televisões de plasmas, itens já disponíveis nas composições chinesas em circulação no ramal de Deodoro. A estimativa da SuperVia é de que o trem, apelidado pelos passageiros de dragão chinês, deverá aparecer nos trilhos dos ramais de Japeri, Belford Roxo, Gramacho, Saracuruna e Paracambi até o fim de 2013.
De acordo com a SuperVia, 20 novas composições, que também contam com ar-condicionado, circulam desde março no ramal de Deodoro. A linha foi escolhida para receber o benefício por concentrar 40% do total de 540 mil passageiros diários transportados pela empresa. E até o fim de 2012, outros 30 novos trens “made in China” chegarão, mas não irão para a Baixada. Na região, servida por trens antigos e reformados, alguns com mais de 30 anos de fabricação, existe apenas o homônimo do dragão chinês, segundo usuários.
— O único dragão chinês que eu conheço aqui é o picolé vendido por camelôs no trem — disse o segurança Luís Cláudio Sampaio, de 49, usuário do ramal de Japeri.
A universitária Patrícia Vaz, de 32, é moradora de Queimados e usa todo o dia o trem chinês. Depois, é claro de viajar diariamente no desconforto dos trens do ramal de Japeri.
— Viajo diariamente no chinês porque faço baldeação para chegar à faculdade. Saio de Queimados às 7h e ando em trens velhos e superlotados. Vou até a estação de Engenho de Dentro, desembarco e pego o trem do ramal de Deodoro. É uma diferença enorme. Os assentos são confortáveis, nunca está calor e tem até televisão. Pena que só vou até a estação de Sampaio, são apenas dez minutos — brinca a universitária, que cursa o 5 período de enfermagem.
Fonte: Jornal Extra, 11/09/2012