RIO – A partir de agora, em casos de interrupção da circulação dos trens e Metrô, os passageiros vão receber como compensação bilhetes que serão aceitos em outros meios de transporte como ônibus. O bilhete Siga Viagem será confeccionado pelas concessionárias no prazo de 60 dias. Já nesta quarta-feira, a SuperVia terá um bilhete provisório. Também terão que ser instaladas placas nas estações para orientar os usuários sobre os números de linhas de ônibus que eles poderão usar. As medidas fazem parte do plano de contingência integrado para concessionárias do transporte público do Rio de Janeiro, que foi apresentado à Agetransp, nesta terça-feira, pelas empresas.
A elaboração de um planejamento integrado havia sido solicitada pela Agetranp depois da manhã de caos nos transportes do Rio provocado pelo descarrilamento de um trem da Supervia no dia 22 de janeiro, quando ficou evidente a falta de um plano de contingência. As concessionárias tiveram prazo de 30 dias para apresentá-lo à agência. Na época ficou acertado que aconteceriam reuniões semanais.
Naquela manhã, debaixo de um sol escaldantes, cerca de 600 mil usuários da Supervia ficaram a pé e tiveram que buscar outro meio de transportes. O metrô aumentou o número de composições em circulação e diminuiu intervalo, mas houve problemas. A Secretaria municipal de Transportes criou linhas de ônibus, mas não foi o suficiente para atender à demanda. Somente depois de 13 horas de transtornos, o sistema foi restabelecido.
A Agetransp disse, na época do acidente, que a ideia do plano era permitir uma operação integrada, reduzindo os impactos provocados por incidentes e preservando a mobilidade e a segurança dos usuários.
Na manhã do dia 17 de fevereiro de 2009, o Rio já sentiu a falta de um plano de contingência. Um caminhão da Comlurb tombou na primeira galeria do Túnel Rebouças, sentido Centro. A retirada do veículo levou três horas, parando a Zona Sul. Com o eixo quebrado, o caminhão precisou ser arrastado antes de ser desvirado. O reboque que fazia a operação não suportou o peso, e outros dois tiveram de ser acionados. O caos provocado no trânsito levou a prefeitura a anunciar um plano de contingência para o Rebouças.
Em agosto de 2011, este foi usado após um carro que pegava fogo na primeira galeria sentido Zona Sul. Todas as faixas de tráfego na direção da Lagoa foram interditadas por 20 minutos para a retirada do veículo. Mas houve retenções, que se estenderam por Linha Vermelha e Avenida Brasil, entre outras vias. A Secretaria de Transportes autorizou, em 2003, a circulação a qualquer hora de caminhões da Comlurb. Em 2008, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) tomou decisão semelhante para todo o país.
Fonte: Jornal O Globo, 25/02/2014