Deputados que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Trens, criada pela Alerj para investigar os serviços da SuperVia, se reuniram no dia 16 de maio para discutir reclamações de usuários a respeito de atrasos, interrupções do serviço, superlotação dos vagões e valor da tarifa.
A presidente da CPI, deputada Lucinha (PSD), cobrou dados atualizados dos terrenos ao longo da linha férrea ao presidente da Central – Cia. Estadual de Engenharia de Transportes e Logística, Flávio Vieira da Silva, que deverá enviar o relatório em até 15 dias.
Vieira não soube responder quantas composições estão em atividade, quantas em manutenção e quantas estão avariadas. Segundo o presidente da Central, existem atualmente 49 trens obsoletos que podem entrar em atividade se necessário.
A deputada Lucinha destacou o problema dos atrasos, e reafirmou que o usuário sofre com o péssimo serviço prestado pela SuperVia. Ela também alertou que não existe sinalização no ramal de Belford Roxo, e o maquinista se comunica através do celular para pedir permissão e continuar a viagem. Já o deputado Luiz Paulo (PSD) citou o estado dos trilhos, que têm rachaduras e outras avarias.
“Diante destas constatações pessoalmente, a Central, a Agetransp e a Secretaria de Transportes deveriam ter uma rotina de trabalho, uma comunicação melhor entre eles. Constatamos uma total falta de zelo”, disse o deputado.
O deputado Waldeck Carneiro (PSB), relator da CPI, demonstrou preocupação com a precarização do serviço prestado nos trens. “A Central Logística possui apenas 143 servidores, número insuficiente para zelar pelo sistema ferroviário no Estado do Rio, já que aposentou 150 funcionários em 2021”, afirmou o parlamentar.
A Aenfer foi convidada para participar da CPI. Os vice-presidendentes da Aenfer, Alexandre Júlio Lopes e Helio Suêvo representaram a entidade e estão acompanhando a comissão.
Engenheiro ferroviário e experiente no assunto, Helio trabalhou no ramal de Mangaratiba e conhece muito bem todos os ramais do subúrbio. Ele teve a oportunidade de fazer alguns questionamentos, como a redução de trecho de linhas, após a concessão e quis saber qual o trabalho que a Supervia vem fazendo a nível de manutenção estrutural, o planejamento de manutenção preventiva e corretiva da concessionária. Questionou também sobre os problemas de sinalização que vem causando prejuízo à rede e os problemas de furto de cabos que vem ocorrendo de forma rotineira.
O vice-presidente da Aenfer lembrou que essa não é uma situação nova, sempre existiu, mas antes da concessão havia um trabalho atuante da Polícia Ferroviária que coibia com mais rigor o furto na extensão das linhas.
Fontes: Jornal Extra e Aenfer