O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou ontem que as condições de financiamento das concessões, tanto de ferrovias quanto de rodovias, não são o fator que mais pesa na decisão dos investidores que participarão dos leilões. “Acredito que, nos casos das ferrovias, e em geral, em todos os casos, as condições de financiamento não são o fator crítico, elas estão bem resolvidas. Acredito que são outros fatores, temas que estão em discussão pelo governo e pelos responsáveis pela modelagem das concessões”, disse. Segundo apurou o Valor PRO, o serviço de informação em tempo real do Valor, os temas considerados mais “críticos” pelo BNDES são, por exemplo, a taxa de retorno dos projetos.
Durante palestra sobre inovação e oportunidades de investimentos na região Sul, feita na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, Coutinho disse que os investidores devem “deixar de lado as ansiedades de curto prazo” e voltar as atenções para os projetos de “médio e longo prazo”.
Segundo ele, a taxa de câmbio “mais estimulante e competitiva”, associada à continuidade do desenvolvimento do mercado interno e os investimentos em logística promovidos pelo governo “nos permitem sonhar com processo de reindustrialização e redinamização da indústria” da região.
O presidente do BNDES afirmou que a ação “competente” do BC no combate à volatilidade da taxa de câmbio deu condições para o país atravessar a situação “sem contaminar o processo de formação de preços”. De acordo com Coutinho, o país tem “condições de, lá na frente, retornar a taxa de juros à trajetória declinante num cenário de câmbio mais competitivo”.
Fonte: Valor Econômico, 10/09/2013