Hoje, 30 de abril, é o Dia do Ferroviário. Há cerca de 150 anos, eles fazem de São Paulo a locomotiva do Brasil. Para celebrar a data, selecionamos os melhores momentos destes homens à frente das estradas de ferro do estado. São imagens da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, em amostra do acervo dos Museus Ferroviários.
A pujança dos cafeicultores e a necessidade de escoamento da produção fizeram com que muitos empreendimentos isolados culminassem na intrincada malha ferroviária que vemos hoje. Apenas sessenta e cinco anos separam o momento do invento da diligência a vapor, em 1802 (por uma dupla de mecânicos ingleses, Richard Trevithick e Andrew Vivian), e sua chegada a São Paulo.
Em 1854, é inaugurada a primeira ferrovia brasileira, com 14 km, ligando a Corte à Vila de Fragoso, nas serras fluminenses, por iniciativa do Barão de Mauá. Logo depois, a São Paulo Railway (SPR), em 1867, já usa 159 km de trilhos para ligar Santos a Jundiaí. Seus caminhos de ferro percorrem a cidade de São Paulo de Leste a Oeste, passando por várzeas e terrenos planos em bairros como Lapa, Campos Elíseos, Luz, Brás e Mooca, a partir da Estação da Luz.
A Companhia Estrada de Ferro Sorocabana constrói, em 1872, 120 km para ligar São Paulo a Sorocaba. Em associação com a Companhia Ituana, acaba construindo 820 km de trilhos e mais de 222 km de vias fluviais nos rios Piracicaba e Tietê. Com a estação Julio Prestes, na Capital, como ponto de partida, põe fim ao monopólio de acesso ao litoral ao construir a Mairinque-Santos, em 1938.
Um grupo de grandes cafeicultores, interessado no prolongamento do trecho da SPR de Jundiaí para Campinas, cria a Cia Paulista de Estradas de Ferro. Com o dever cumprido em 1872, novas extensões passam a atender cidades como Limeira, Rio Claro, Piracicaba, Capivari, Descalvado, Pirassununga, São Carlos e Araraquara, sucessivamente até 1880 -incluindo a navegação fluvial no rio Mogi-Guaçu.
Para ligar a cidade de Mogi-Mirim a Campinas, a Cia Mogiana de Estradas de Ferro inaugura primeiro trecho em 1875. Em 1888, a ferrovia chega à divisa com Minas Gerais, no rio Grande, a primeira companhia a ultrapassar as fronteiras do estado. Na década de 1960, o prolongamento de suas linhas permite a ligação ferroviária de São Paulo com Brasília.
Em 1875, sai o primeiro trecho da Estrada de Ferro São Paulo-Rio. Partindo da Estação do Norte, no Brás (atual Roosevelt), mais de 231 km de trilhos até Cachoeira Paulista. No início, os passageiros usam balsas para transpôr o rio Paraíba e alcançar a Estrada de Ferro Dom Pedro II, para a capital fluminense. Em 1879, uma ponte finalmente conecta as duas ferrovias, não sem necessidade de baldeação, já que a bitola é diferente.
Ligando diversas fazendas à estação da Cia Mogiana, entre o sudoeste de Minas e a região da Alta Mogiana e da Paulista, a Estrada de Ferro São Paulo-Minas entra em operação em 1893. Fundada por cafeicultores, em 1901, a Estrada de Ferro Araraquara, conecta a Capital à vila de Taquaritinga. Em 1912, passa a ir até São José do Rio Preto.
A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, fundada em 1904, parte de Bauru com o objetivo de unir dois oceanos, Atlântico e Pacífico. Em seis anos, foram 450 km de trilhos implantados em plena mata, com diversos contratempos. O caminho de ferro atravessa o atual estado do Mato Grosso do Sul, chegando à cidade de Corumbá, com a transposição do rio Paraguai.
Em 1957, o Governo Federal unifica a administração da Santos-Jundiaí e da Noroeste, incorporando-as às demais, para fazer parte da Rede Ferroviária Federal SA (RFFSA).
No âmbito estadual, em 1970, o governo do Estado já agrega as companhias Mogiana, Sorocabana, Araraquara, São Paulo-Minas e Cia Paulista. Em 1971, junta tudo na Ferrovias Paulistas SA (FEPASA). No final da década de 90, a empresa, incorporada à União, passa a compor a Malha Paulista da RFFSA.
Com a privatização, nos anos seguintes, as ferrovias paulistas passam a atender grandes companhias no transporte de carga. Restam poucas linhas para passageiros, a maioria turística.
Na Região Metropolitana, a CPTM (Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos) enfrenta dificuldades em atender a crescente demanda diária, de mais de 2,5 milhões de pessoas. Conforme texto no site, destaca que recebeu como herança um sistema ferroviário de quase um século de existência completamente sucateado.
Postado por: Virgula.com.br em Entretenimento – Início / Canais / Entretenimento / É dia do Ferroviário: só em SP, 150 anos na locomotiva do Brasil, 30/04/2014