RIO — O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) concluiu nesta sexta-feira o processo licitatório de concessão pelos próximos 20 anos da exploração do Trem do Corcovado. O serviço continuará nas mãos da Esfeco, empresa que já atua desde 1979, mas ela terá a companhia da Cataratas do Iguaçu, que opera atualmente no Parque Nacional do Iguaçu. As duas formaram o consórcio vitorioso da concorrência, que assume o transporte ferroviário no próximo dia 9 de novembro.
Apesar de a mesma empresa continuar, a promessa é de mudanças. Estão previstos investimentos de R$ 121 milhões em novos trens, na reforma de todas as estações e modernização do sistema operacional, de rede elétrica e dos espaços de atendimento ao visitante. Além disso, o trenzinho vai ganhar sinalização e atendentes bilíngues; exposição sobre a história da ferrovia e do Parque Nacional da Tijuca; integração com o futuro Espaço Paineiras — centro de visitantes previsto para o prédio do antigo Hotel das Paineiras — e com o novo sistema de bondes de Santa Teresa, com inauguração prevista para 2015. As intervenções ainda não têm prazo definido para começar e um calendário deve ser apresentado assim que o consórcio assumir o serviço.
Além dos investimentos previstos, a licitação ainda estabeleceu de retorno para União um valor fixo de R$ 3,8 milhões por ano, adicionado a um valor variável de 9,9% de receita operacional bruta do consórcio e dos ingressos do Parque Nacional da Tijuca.
Entre os cuidados ambientais que o consórcio terá que cumprir estão a coleta seletiva de lixo com destinação social; o monitoramento dos impactos da operação sobre a fauna e a flora do Parque Nacional; e a obrigação de cuidar também das trilhas e acessos de pedestres ao Corcovado. O futuro operador também deve contratar no mínimo 30% dos funcionários nas comunidades do entorno e criar programas de capacitação de mão de obra para atuação no setor do turismo.
A Estrada de Ferro do Corcovado, inaugurada em 1884, liga o bairro do Cosme Velho ao Alto do Corcovado, dentro do Parque Nacional da Tijuca. Desde 1979, o trem era operado pela Esfeco por sucessivos contratos de arrendamento com a Secretaria de Patrimônio da União. Em 2013 a gestão da Estrada de Ferro foi repassada ao ICMBio, órgão gestor do Parque Nacional da Tijuca.
Fonte: O Globo, 24/10/2014