Quase cem vagões de trens fabricados na década de 1960 serão vendidos para siderúrgicas

RIO — Durante cinco décadas, eles transportaram milhares de pessoas e cortaram quilômetros de estradas de ferro subúrbio adentro. Também foram alvo de duras críticas, por não oferecerem o conforto necessário aos usuários. Encostados numa garagem no Centro há alguns meses, 97 vagões da SuperVia, fabricados na década de 1960, serão leiloados no mês que vem. Depois que eles forem recortados, suas partes serão transformadas em insumos para siderúrgicas. De acordo com estimativas do Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa), a venda do material deve render cerca de R$ 1,5 milhão ao Tesouro estadual.

O secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, garante que todos os recursos provenientes da venda da sucata serão destinados a melhorias no sistema ferroviário. Com o leilão, o secretário afirma que serão liquidados de vez os trens cinquentenários que ainda circulavam nos ramais de Japeri, Gramacho e Belford Roxo.

— Autorizamos a SuperVia a leiloar, e os recursos serão todos revertidos para o estado, que vai reinvestir o valor no sistema ferroviário. Até o fim do ano, esperamos tirar de circulação as composições da década de 1970. Superamos a casa dos 80% de viagens em trens com ar-condicionado, e os ramais de Deodoro e Santa Cruz já têm todos os trens climatizados — diz Osorio.

De acordo com a SuperVia, cada um dos vagões que vão virar sucata pesa entre 40 e 50 toneladas. Todos são de aço-carbono, e 100% do material pode ser reaproveitado, ressalta o presidente do Inesfa, Marcos Fonseca:

— Acredito que cada vagão possa ser vendido por aproximadamente R$ 15 mil. O mercado da reciclagem de aço está vivendo um de seus piores momentos na história recente, mas certamente haverá empresas interessadas nesse material. Vai depender do valor mínimo estabelecido.

Com financiamento de R$ 1 bilhão do Banco Mundial, o governo do estado comprou 112 novos trens — cem são chineses e 12 da francesa Alston —, dos quais 67 já estão em circulação. A SuperVia, por sua vez, adquiriu 20 e reformou outros 32. Até o ano que vem, a concessionária espera que a idade média da frota, que já foi de 30 anos, caia para 15. A SuperVia transporta atualmente 680 mil passageiros por dia. A meta do governo do estado é chegar aos 700 mil ao final deste ano e atingir a marca de um milhão, já conseguida no passado, em 2018.

Fonte: O Globo, 21/07/2015

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