Moradias construídas irregularmente e travessias perigosas são coisas comuns de se ver ao longo da linha férrea administrada pela SuperVia no Rio de Janeiro. De acordo com a concessionária, há 38 passagens de nível oficiais, devidamente sinalizadas, como mostrou o Bom Dia Rio.
Além dessas, a Supervia estima que existam até 180 passagens clandestinas e, apesar do monitoramento constante, essas passagens abertas irregularmente são e fechadas pela concessionária fechar uma média de quatro por mês, três dessas passagens são reabertas em seguida.
Segundo a concessionária, em 2014 aconteceram 59 acidentes com veículos e 11 pessoas foram atropeladas na linha do trem. Esse ano, já foram 29 acidentes com carros e 21 atropelamentos.
No mês passado, o vendedor ambulante Adílio Cabral dos Santos morreu ao ser atropelado por um trem quando passava pelos trilhos na estação Madureira, no Subúrbio do Rio. Ainda com o corpo na linha férrea, a Supervia autorizou que um trem passasse por cima do cadáver para não prejudicar o funcionamento do sistema.
Duas semanas depois, Everton Ricardo da Silva teve a perna amputada na linha férrea, em Deodoro. Ele estava atravessando sobre os trilhos quando foi atingido por uma peça que se soltou de um equipamento usado para fazer testes.
Em Del Castilho, muitas casas foram construídas tão perto dos trilhos que a linha férrea praticamente virou quintal. Barracos de madeira e papelão foram construídos perto da linha do trem sem que houvesse nenhum muro para impedir a passagem para a linha férrea.
No ano passado, o governo do estado anunciou que iria construir 15 viadutos, 31 passarelas e 27 km de muro ao longo dos cinco ramais da Supervia, mas até hoje, o projeto não saiu do papel. O secretário de Estadual de Transportes, Carlos Roberto Osório, disse que o governo federal não liberou a verba prometida para as obras e que agora, o Estado vai usar R$ 200 milhões que sobraram de um empréstimo junto ao Banco Mundial para começar a tocar o projeto. No entanto, o dinheiro só dá para um terço do que precisa ser feito.
Enquanto o projeto não sai, muita gente continua se arriscando. Imagens feitas pelo Globocop mostram pessoas atravessando pela linha férrea e se arriscando. Em cerca de três minutos, três pessoas foram vistas atravessando no local.
Fonte: G1, 02/09/2015