As melhorias na infraestrutura de transportes e mobilidade da cidade são apontadas pela agência inglesa de classificação de risco de crédito Moody’s como os mais duradouros legados dos Jogos Olímpicos do Rio. Em relatório divulgado esta semana, a entidade faz um balanço dos benefícios que devem acompanhar o evento. O documento elogia a gestão da preparação para as competições, em processo de conclusão “dentro do prazo e do orçamento”, e cita a Linha 4 do metrô, que vai conectar a Zona Sul à Barra, e o VLT como projetos que ficarão de herança.
Por outro lado, a Moody´s diz que, em termos financeiros, o evento não trará muitos ganhos para os cofres públicos, nem para as empresas brasileiras. Pela avaliação, a recessão econômica continuará após a competição.
“Os turistas vão aumentar a arrecadação de impostos do Rio, mas apenas temporariamente”, afirma um trecho do relatório. Segundo o documento, “os Jogos prometem trazer cerca de dez mil atletas de mais de 200 países, grandes oportunidades de marketing e ganhos comerciais temporários para as empresas. Os projetos de infraestrutura prometem ser os benefícios mais duradouros”.
A Moody´s cita que foram aplicados na cidade R$ 25 bilhões em infraestrutura (excluindo novas instalações esportivas), total pouco abaixo dos R$ 26 bilhões usados na preparação para a Copa do Mundo de 2014, que envolveu 12 cidades. O custo dos Jogos no Rio também foi comparado com o de outras cidades que sediaram a competição. O gasto, que exclui investimentos privados e na infraestrutura de transporte, chega a 4,9 bilhões de dólares (em valores de 2009), cerca de dez bilhões a menos que o total dos Jogos de Londres.
— As Olimpíadas tiveram um custo baixo e não têm um elefante branco. Houve muito dinheiro privado na preparação, que está dentro do prazo e do custo. Olimpíada não é problema, é solução — afirma o prefeito Eduardo Paes, que destaca o ponto do relatório sobre o endividamento do município, que não aumentou, apesar de empréstimos adquiridos, devido à renegociação de dívidas federais. — Para quem está temendo a crise do estado e do governo federal, a avaliação deixa claro que a situação da prefeitura é outra. Apesar dos grandes investimentos, a trajetória de dívida do município é para baixo.
Fonte: O Globo, 18/05/2016