A Confederação Nacional do Transporte (CNT) lançou nesta 2ª feira (12/12) o estudo “Transporte & Desenvolvimento: Transporte Metroferroviário de Passageiros”, uma publicação inédita sobre o transporte de passageiros sobre trilhos no Brasil. O lançamento foi realizado na sede da CNT, em Brasília, pelo diretor executivo da CNT, Bruno Batista, e contou com a participação do presidente da ANPTrilhos, Joubert Flores, e da superintendente da ANPTrilhos, Roberta Marchesi. A ANPTrilhos colaborou com indicadores do estudo.
O levantamento apresenta as características dos sistemas metroferroviários brasileiros, assim como análises do contexto que eles estão inseridos, os entraves para o desenvolvimento e propostas de soluções para essas barreiras. “As cidades têm que crescer de uma forma planejada e estruturada”, explicou o diretor executivo da CNT, Bruno Batista, ao apresentar os dados.
Um dos destaques do estudo é que o Brasil precisa ampliar em pelo menos 850 quilômetros a malha de metrôs e trens de passageiros para modernizar o transporte urbano nas grandes cidades. De acordo com a CNT, isso significa um crescimento de cerca de 80% da infraestrutura atualmente disponível, que é de 1.062 quilômetros de extensão, e são necessários cerca de R$ 167,13 bilhões para a construção e ampliação de sistemas e para a aquisição de material rodante e recuperação de infraestrutura.
Bruno Batista explicou que o Brasil possui um déficit nos investimentos em sistemas urbanos de trilhos e que o governo federal só conseguiu investir 26% dos recursos autorizados no último ano. Ele enfatizou que ainda existe uma inequação da oferta com a demanda de transporte.
O presidente da ANPTrilhos, Joubert Flores, destacou que os sistemas de transporte devem ser integrados e não competitivos, sendo utilizado cada tipo de sistema de acordo com a demanda de passageiros. Ele destacou ainda que é necessário o desenvolvimento de projetos estruturados, de forma que a viabilidade da obra não seja comprometida. “Precisamos de projetos básico e executivo que tenham o detalhamento suficiente para que a previsão deste custo esteja bem garantida desde o início da implantação”, explicou Joubert Flores.
A superintendente da ANPTrilhos enfatizou que os governantes precisam entender que não há solução de mobilidade para os grandes centros urbanos que não passem por um transporte estruturador que é o transporte sobre trilhos.
“Um dos problemas que o setor de trilhos tem é não ser pensado a longo prazo no planejamento das cidades. As cidades crescem, se estruturam e depois nós precisamos inserir os sistemas estruturantes. Se pensarmos o planejamento das cidades com 20 anos, atendendo essa demanda, é mais fácil e o custo é menor quando o transporte estruturante é previsto com o crescimento da cidade”, explicou Roberta Marchesi.
Fonte: ANPTrilhos, 12/12/2016