Os 452 anos do Rio de Janeiro e 133 anos da Estrada de Ferro Corcovado, são histórias que quase se confundem devido ao grau de importância que representam. Foi assim que o presidente do Trem do Corcovado Sávio Neves abriu sua palestra na AENFER, nesta quarta-feira (17/05).
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Engenheiro Mecânico, vice-presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Trens Turísticos e Culturais (ABOTTC), Sávio contou toda a história da construção do monumento do Corcovado, sua infraestrutura, falou sobre a malha dos bondes do Rio de Janeiro e da primeira estrada de ferro de cunho turístico do Brasil, localizada no Parque Nacional da Tijuca.
Sua inauguração ocorreu em 1884, na época de D. Pedro II, fazendo o trajeto até as Paineiras. Um ano depois, foi inaugurada a segunda fase, das Paineiras até o alto do Corcovado, sendo utilizadas naquela época locomotivas a vapor.
Em 1910, a estrada de ferro modernizou-se e ganhou novos trens e trilhos, sendo a primeira ferrovia eletrificada do Brasil.
Em 1979 os trens foram novamente substituídos por outros modernos, que ainda continuam nos trilhos, mas o engenheiro avisou que estão com os dias contados, pois novos trens já estão a caminho, da mesma origem dos atuais, de fabricação suíça, porém, mais modernos, espaçosos e econômicos, pois irão propiciar uma redução de 75% no consumo de energia.
Feitos sob medida para atender cariocas e turistas, os novos trens terão o mesmo tamanho, altura e a via aérea será mantida. De acordo com o presidente do trem do Corcovado, o que muda é a potência e espaço interno mais confortável. Além disto, cada trem terá capacidade de levar 600 passageiros, o dobro da capacidade de hoje.
Perguntado sobre o que vai ser feito com os antigos trens, Sávio Neves informou que eles não sairão de cena e continuarão servindo. Eles vão atender o primeiro percurso que vai até a estação das Paineiras.
O palestrante também falou da reinauguração do hotel das Paineiras. Fechado há 30 anos, foi reaberto em julho do ano passado com o nome de Centro de Visitantes das Paineiras. O novo complexo turístico abriga diversas atrações como espaço para eventos, exposições, lojas de souvenirs e restaurantes. Embora não faça mais serviço de hospedagem, o complexo revitalizou e valorizou o local.
Perguntado sobre as dificuldades de acesso de visitação ao principal monumento turístico do Rio de Janeiro e da burocracia de se comprar os bilhetes de viagem ao trem, Sávio esclareceu que o serviço melhorou muito, não há mais filas na estação, pois o bilhete é comprado antecipadamente em sites, https://ticket.corcovado.com.br/ e postos de vendas, como aeroporto, alguns quiosques da Zona Sul, Correios, loterias e shoppings.
O engenheiro disse que há um estudo também para divulgar melhor o acesso até a subida do trem que parte no Cosme Velho, bairro da Zona Sul do Rio. Segundo estatísticas, cerca de 3% dos frequentadores são cariocas, número muito baixo para visitar uma das 7 maravilhas do mundo moderno.
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